Crime e Cartão
Hoje, inesperadamente, fiquei sem o meu cartão Multibanco. Tentava fazer uns pagamentos, não que me apetecesse muito mas simplesmente porque tinha mesmo de ser e zás. A máquina engole-me o cartão dizendo: o seu cartão expirou. Fiquei siderada. Não sabia sequer que os cartões Multibanco estavam proibidos de expirar. Nem tão pouco tinha consciência que podiam ser castigados por isso. Mas o que me choca é não ter recebido um aviso por escrito após a primeira prevaricação. Uma carta do banco, tipo aviso, olhe veja lá que o seu cartão expirou e isto não pode tornar a acontecer. Para que eu tomasse medidas, uma conversa com ele, uns tabefes bem dados, uma ameaça de o levar para o metro que é um sítio onde eles coitados desmagnetizam...Nada! Parece que no mundo dos cartões Deus não ralha, castiga logo.
Preparava-me para fazer um pequeno e discreto escândalo ao balcão da instituição bancária pelo arresto do meu amigo de plástico quando eles me estendem outro igual. Conferida a eficácia funcional do mesmo (sim porque isto hoje em dia quando toca a bancos nunca fiando...) lá fiz as operações agendadas e parti com os ânimos menos exaltados.
Foi então que me pus a pensar, como é que eles, os polícias (arraçados de contorcionistas) que vivem dentro das máquinas ATM, conseguiram ouvir o meu cartão expirar? De facto eu andava a ouvir já há uns tempos uns barulhos estranhos, uma respiração ofegante mas como tenho a mania de colocar sempre o mesmo CD no carro e este último é dos Amália Hoje pensei que era a Sónia Tavares com falta de ar nas pausas da letra da Gaivota...
Afinal devia ser o cartão a expirar. Também há-de ter feito as suas inspiraçõezitas mas parece que isso não é grave. O crime é a expiração.
Pelo sim pelo não já avisei este novo objecto dos riscos que corre se desobedecer à lei.
A ignorância é muito ingrata.
Estou optimista pois ele prometeu conter-se.