A primeira PLAYBOY

Estava com os meus dez para onze anos quando vi pela primeira vez uma revista de mulher pelada, dessas vendidas nas bancas de jornal, mas que ficam meio que escondidas em um dos cantos, para que não possam chamar a atenção e sejam discretamente compradas. Nada tinha sido planejado, simplesmente as “revistas” se encontravam no lugar certo na hora certa. Jogava futebol com a molecada no meio da rua, quando o tempo virou de uma vez, corri para casa mais próxima, que no caso era a do meu tio, que não gostou muito de ver a sua residência “invadida” por um moleque suado, fedido e faminto. Como ele morava sozinho, e estava saindo para o trabalho, perguntou se existia algum problema comigo em ficar sozinho, na hora balancei a cabeça que não, pediu então que ficasse ali até o tempo melhorar, depois trancasse a casa quando saísse e levasse a chave, nunca tinha ficado sozinho na casa de ninguém, era a oportunidade de por um momento tornar-se “gente grande”.

Comecei procurando algo para comer, abri o armário e caprichei no meu café da tarde, bolachas, pães doces e um belo chocolate quente, depois fui para frente da TV assistir o Jaspion (quem é da época sabe do que estou falando), de repente acabou a energia elétrica e naquele breu, voltei a ser criança novamente, e como uma boa criança, “procurei” o que fazer, e decidi então fazer um turismo pela casa do meu tio, entrei em cada cômodo tentando encontrar algo para me distrair.

O detalhe é que a chuva ainda continuava forte e pela janela podia observar que não havia nenhuma movimentação nas ruas para consertar a luz, já tinha passado mais de uma hora, e cansado do tédio resolvi ir deitar no quarto do meu tio, tirei a roupa molhada e me acomodei na cama, só que algo estava me incomodando e curioso fui verificar o que tinha debaixo do colchão, não conseguia entender como ele conseguia dormir com algo cutucando as suas costas, quando levantei o colchão, com um pouco de dificuldades, meus olhos se arregalaram, havia um punhado de revistas que nunca tinha visto antes, peguei uma delas aleatoriamente e ao folhear as primeiras páginas... uma baita mulher, toda pelada, em poses provocantes que instigava a qualquer um, inclusive eu, com os meus onze anos, sem piscar folheei lentamente a revista apreciando cada parte do corpo dela, foram minutos que pareciam horas, de boca aberta tentava enxergar, com a ajuda da claridade vinda da rua, tudo o que ela estava se dispondo a mostrar, guardei aquela e peguei outra e assim foi sucessivamente, nunca tinha visto tanta mulher pelada, mesmo que em revista, na minha vida e de uma vez só, ainda mais com aquela idade.

Pus todas nos seus devidos lugares e voltei para a sala, esperei a chuva diminuir, tranquei a casa e fui embora debaixo de uma garoa, já em casa com um sorriso de orelha a orelha, minha mãe perguntou:

- Onde você estava até agora com toda essa chuva lá fora?

- Na casa do tio!

- Mas a essa hora ele está no trabalho...

- Eu sei mãe, fiquei sozinho na casa dele!

- Sozinho? Ele está louco?

- Que isso mãe, já sou “gente grande”!

- Hum... sei! E por isso está todo contente?

Sem deixar que ela continuasse com as perguntas, respondi de prontidão.

- Isso mesmo mãe, isso mesmo...

Regor Illesac
Enviado por Regor Illesac em 31/10/2009
Código do texto: T1896919
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