Polêmicas de José Saramago: convicção ou promoção?
Convicção, teimosia, um novo modelo ou uma maneira de chamar a atenção? Assim são os polêmicos... Na presente semana o único Prêmio Nobel de literatura em língua Portuguesa colocou mais lenha em sua grande fogueira ao lançar o seu último livro CAIM.
Os polêmicos despertam a ira de um grupo e a curiosidade de todos. Existem muitas pessoas que sustentam polemicas com convicção, embora, elas se perdem no tempo. As polemicas mais contumazes, que chamam mais atenção e que persistem são aquelas que atingem o SAGRADO. Por isso, não é de se estranhar o fato do grande escritor português, no seu último lançamento, retratar a Bíblia como “manual de maus costumes”.
Pessoas, frases e trabalhos polêmicos existem aos montes, o difícil é a polemica chamar a atenção e perdurar por muito tempo. Polemizar time de futebol, artistas populares e políticos se tornaram tão corriqueiro que não chama a atenção de mais ninguém.
Deus e os Entes Sagrados são considerados intocáveis pelos mortais. Essas Entidades moram no inconsciente das pessoas e fogem à racionalidade humana. Por isso, pouquíssimos mortais se atrevem a desafiar, perjurar ou negar a existência Delas.
Há 40 anos John Lennon, um dos Beatles, num rompante de arrogância assim referiu: “somos mais conhecidos que Jesus Cristo”. Friedrich Nietzche se notabilizou pela frase: “Deus está morto”, embora, o contexto da frase deva ser entendido de outra forma. Dan Brown, em O Código Da Vinci esnobou dos preceitos Cristãos e deu a Jesus Cristo uma esposa e uma filha. Nessa semana, o nosso Presidente da República Lula, usando de um autoritarismo ingênuo, assim referiu: "se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão".
Creio que José Saramago usa suas polemicas por convicção e por promoção. Quem conhece a sua história sabe muito bem que ele nunca mudou suas convicções ao longo do tempo. Ele sempre foi fiel as suas idéias. Podemos discutir tudo sobre o único prêmio Nobel de literatura em língua portuguesa, menos o seu talento, isso é inquestionável. Somente indivíduos talentosos como Saramago podem sustentar grandes polemicas e fazerem delas instrumentos de promoção.