Lula tem sorte mesmo

Escrevo da sorte do presidente há anos. Ela é uma realidade.

Agora, numa quebra-de-braço com países que queriam sediar as Olimpíadas de 2016, consegue vencer e trazê-las para o Rio de Janeiro.

Lula tem apenas um mérito no executivo, é obra dele. A inflação está sob severo controle e o país saiu da crise. O resto foi trapalhada em cima de trapalhada, e ele sempre conseguiu escapar de qualquer acusação formal. Deu sorte com a escolha dos ministros da área econômica, o processo vinha sendo eficaz desde o governo Itamar Franco, sorte com o recorde brasileiro na agricultura, este mais antigo, vindo de Pedro II, e sorte na indústria, fruto do trabalho de Juscelino. Para coroar, descobre-se no seu governo uma jazida de gás e petróleo que podem mudar em definitivo a cara brasileira.

E consegue, junto a Pelé e Nuzman, sediar as Olimpíadas no Brasil.

Os ranzinzas de plantão torcem a cara. Vão ser gastos 52 bilhões para sediar o evento máximo do esporte. Sem a menor dúvida, muito dinheiro.

Afirmam e protestam, dizendo que a educação, a saúde, o saneamento e a segurança poderiam ser muito beneficiados com este dinheiro, que é um absurdo tal gasto. Comparam com os Jogos Pan-Americanos, onde o retorno foi insignificante. Não têm olhos para ver que uma coisa é o até mesmo humilde Pan, outra muito diferente, uma Olimpíada.

O retorno é grande, o imediato, a médio e longo prazo. Todo o mundo estará olhando o Brasil. O prestígio do país já aumentou com a escolha. Agora vão ficar de olhos atentos vinte e quatro horas, olhando o que se passa aqui. Isto não tem retorno? Então por qual motivo Obama ficou contrariado com a perda de Chicago?

É claro que o retorno é certo. E até lá, muitas obras não esportivas serão necessárias. Empregos, nem pensar! Geração de muitos, pois as obras exigem desde o simples ajudante de pedreiro até os mais experimentados em técnicas sofisticadas, nas áreas consideradas difíceis.

Fomos premiados com um bilhete de loteria famosa e internacional.

Depois disso tudo, que não venham dizer que Luiz Inácio foi o presidente de mais sorte no Brasil.

É atentado contra o óbvio, se quiserem como dizia nosso teatrólogo maior, Nelson Rodrigues, óbvio ululante.

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 04/10/2009
Código do texto: T1848444
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