Insolúvel

Estava sentado comodamente numa mesa de elegante bar, em frente ao parque famoso.

Um livro e um fino porta folhas, não escolar, depositados na mesa onde a tulipa de chope preto, misturado em partes iguais com o comum, era consumido com moderação.

O homem pensava, enquanto os outros frequentadores olhavam com curiosidade. Era um tipo diferente, a própria mistura das cervejas já demonstrava.

Volta e meia, abria seu bloco encadernado em couro . Fazia anotações, olhava o parque e continuava com o seu semblante pensativo.

Dois dias antes, foi até a locadora de filmes. Por um acaso feliz, encontrou um DVD com filme que tanto procurava. O Nome da Rosa, de Humberto Ecco. Já havia lido o romance mais de uma vez. Excelente, tem por panorama de fundo o poder mágico da palavra.

O que ele não entendia fora o bilhete que recebeu, da dona da loja.

Estava escrito. Em bom papel e letras seguras “quero encontrar você” acompanhado com o número de um celular. Pensou bem, antes de ligar.

Estas coisas costumam ser sensíveis. Podem comprometer a vida de um homem sério, e o único modo que se conhece é verificar. Ao lado do copo de chope, havia um menor, de stainheiger. Tomou um gole grande e ligou para o número. Atendeu voz jovem. Deveria ser trote.

Para sua surpresa, em poucos minutos, aparecia uma garota. Ele não a conhecia, mas ela sim. Acompanhou na mistura de chopes, provou que era estudante de direito. Muito nova, poderia causar problemas.

Mas queria um relacionamento. Estes momentos são duros.

Caso haja o aceite, aparece uma ligação, de consequências imprevisíveis.

O homem, com toda sua experiência, negou.

A aventura, por mais excitante, não compensava. Poderia trazer sérias complicações.

Não tomou conhecimento, mas até hoje se pergunta se estava certo...

Coisas da vida.

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 02/10/2009
Reeditado em 02/10/2009
Código do texto: T1843550
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