HISTORINHA LIGEIRA SÓ PARA DISTRAIR (verídica)
Gosto muito de cachorro-quente e fui com uma amiga até a lanchonete da esquina. Fiquei olhando um programa de TV enquanto esperava. Uma loira, daquelas que jogador de futebol adora, era a apresentadora. Fazia uma entrevista de externas perguntando o que não poderia faltar na hora do sexo. Interessada no tema, passei a prestar bastante atenção às respostas dos entrevistados. A cara de cada um deles parecia satisfeita. Olhavam todos para a câmera, bem aprumados, quase profissionais, como se estivessem enviando um recado para o parceiro/a. Assim como quem diz: “Veja lá o que eu quero, o que você está me devendo!”
As respostas eram as mais interessantes, para não dizer engraçadas. Teve gente com a cara bem pensativa, como se nunca houvesse cogitado sobre o assunto _ tamanha a maluquice da vida moderna nas cidades grandes. Uma mulher fez cara de que nem lembrava quando havia praticado o ato sexual. Uma senhorinha se danou a rir. Um senhor esboçava um ar de injustiçado.
A essa altura eu estava totalmente absorta, olhando a tela, me sentindo também entrevistada, pois gostaria de expor a minha opinião. Esqueci totalmente o cachorro-quente, não estava mais naquele lugar, senti-me na sala da minha casa. Quem sabe, no quarto, já me preparando para o momento, antevendo cenas tórridas. Gosto do adjetivo tórridas, parece coisa de Hollywood.
Quando a apresentadora ficou em close, pensei que iria me dirigir a pergunta, tão submersa me achava naquelas opiniões. A câmera focalizou um jovem magrinho e, tome: “O que você acha que não pode faltar durante o ato sexual?” Incontinenti (esta palavra também é boa, tem bastante movimento), respondeu: “Nas preliminares tem que demorar bastanteeeeeeeeeee”, enfatizou. Foi aí, que, no auge, tomada pelo clima da reportagem, totalmente á vontade, falei bem alto: “Aêeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee, este é dos meus!”
Ouvi,vindo do nada, pois eu pensava estar em casa, uma risada longa. O êxtase passou. Era uma jovem, acompanhada do namorado,que,da outra mesa, além de achar muita graça, olhava na minha direção e fazia o polegar positivo.Chegou, para me salvar, o rapaz com o cachorro-quente.