Manhã de rush
Olhava pela vidraça. A chuva caia impiedosamente. Não sei por que, mas me peguei pensando neste planeta maluco!
As pessoas não param, não se cumprimentam, sequer se olham...
Parecem usar viseiras (aquelas que se colocam nos cavalos!) - olham para frente, fixando um ponto no infinito. Nada importa, a não ser elas mesmas. Vivem seus conflitos interiores incessantemente...
No metrô, no horário de rush, entupidão de pernas, vírus e bactérias.
Jovens leem ou 'dormem' nos assentos preferenciais. Enquanto isso, velhinhos balançam pra lá e pra cá, como argolas nas orelhas da sambista. Um despropósito! O que se ensinam pra essa geração?!
Lá vem alguém com a mesma cantilena " porque eu cheguei da...", "tô desempregado..." Mas as pessoas nada ouvem. Estão cegas e surdas, escondidas nos seus próprios porões de horrores. Nada se pode fazer!
Ruas lotadas, pedestres e carros, animais e pedintes. Uma parafernália!
Todos juntos e ninguém acompanhado! Apenas uma grande massa humana. Nunca houve tanta solidão nos corações e nas almas!
Francamente... prefiro o mundo ficcional dos meus escritores prediletos: Machado, Pessoa, Vianco, Caetano...
THERA LOBO ( setembro de 2009)