Pequeno raio de sol
Meu pequeno raio de sol.
Meu pequeno raio de sol. Como foi difícil para mim sua ausência durante esses longos anos. Nosso reencontro foi mais por acaso do que por decisão; foi o sol desta manhã tão linda e sem evocações. Sentia a insatisfação das lembranças comuns e quis ver. Não lhe contarei minhas andanças, as angústias, sofrimentos ou decepções. Meu pequeno raio de sol, só lhe vou confidenciar meus momentos felizes como aqueles de nossa infância. Eu lhe juro que só fui feliz, imensamente feliz e não pense que estou chorando neste reencontro, por alguma promessa de tristeza. Não entendo por que lhe perdi de vista todos esses anos, sem ter-me dado conta; reservo-lhe doravante, um lugar de honra em meu pensamento e em meu coração. Hoje, quando lhe reencontro, tomo sentido de que a vida se fez amarga com sua ausência; hoje, percebo claramente, que lhe tenho um amor muito grande. Você, meu pequeno raio de sol, é a minha grande amiga de sempre. Consta que lhe causei um grande mal, que lhe feri no âmago, mas não é verdade. Se me feriram não lhe dou conta, não tenho lembranças. Apesar das cicatrizes, que de soslaio percebo em seu corpo, você continua a me sorrir com o mesmo sorriso de antes. Como senti falta do seu sorriso e de sua companhia em tantas noites encantadas e desencantadas. Quando me perguntaram pelo seu nome, meu pequeno raio de sol, não me desculpo de não ter respondido – amor! Você minha amiga, que nunca teve medo, não me surpreende quando a vejo chorar; as lágrimas são as mesmas da menina frágil e gulosa daqueles tempos. Eu nunca me permiti ser forte, e falar-lhe de mim agora que cresci, pode parecer aos outros um ato de insanidade. Meu pequeno raio de sol, eu cresci e permaneci fiel a você, e volto a lhe dizer, que só farei confidências sobre os momentos felizes que passei, como os da infância. Cuidarei para que você nunca me veja sofrer e para que o sol continue sempre a dourar seus cabelos.