Síndrome de mãe e professora

Manhã calorenta. Quase onze horas da manhã. Caminho buscando o lado sombreado da calçada.

Por mim passa uma moça apressadamente, apesar dos saltos altíssimos e do jeans justo. Lá vai ela levando pela mão um garotinho de aproximadamente cinco anos; ele está muito feliz com seus óculos escuros de aros brancos, que parecem novinhos!

De repente, numa só golfada o menino vomita. Param.

Ao passar por eles, a ouvi dizer: " Você está com dor de garganta?" – Colocou a mão na testa do garoto, pediu que ele abrisse a boca... Ela estava apavorada!

A moça me olhou como se me conhecesse há muito tempo e eu vi nos seus olhos um mudo pedido de socorro: "Não sei porque ele vomitou..."

Tentei acalmá-los: "Está muito calor. Ele pode ter comido algo que não lhe fez bem."

E ela, atônita, disse como quem pensa alto: “Suco e umas bolachas..."

Lembrei da feirinha de bugigangas a poucos metros de distância e falei com muito cuidado: "Podem ter sido os óculos que o deixaram enjoado."

Sem nada responder a moça apertou o passo e se foi, puxando o menino pela mão.

Parei para tomar um pouco de água.

Quando tornei a procurá-los com o olhar, o garoto havia tirado os óculos.

Quem sabe, daqui a setenta anos, aquele garotinho se lembre da lição de hoje: óculos, só se forem com receita médica e comprados em ótica de confiança!

Será que síndrome de mãe e professora tem cura?

Anita D Cambuim
Enviado por Anita D Cambuim em 22/08/2009
Código do texto: T1767685
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