QUEIME O AMOR QUE FINGE DE PURO

A vida corre e você fica para trás se atrás dela não correr. Ouvi hoje dizer

 que para cada boi existe uma garça. Caso nada entenda queime depois de ler.

Não vou escrever nenhuma coisa de amor para depois você transformar

 em canção, hino ou obsessão.

Eu vou escrever uma coisa fácil de queimar com apenas dois fósforos. Leia

mesmo que lhe falte o hábito! Sua praia é sussurros e beijos nos lábios.

Pode me recortar do seu caderno nada sincero. O seu coração continua morno

e redundante? Não vou queimá-lo junto à sua amante. 

Passeava por ai um beija-flor quando você jurou que estava apaixonado?

Foi por conta destas juras que engravidou a morena do outro bairro? Essa parte

você não vai gostar de ler! Trate de não pular nenhuma linha. Não pule os chifres

 que não cheguei a lhe dar e não foi para fazer o papel de santa. Já me livrei deste

 mel que só encanta machistas. O meu amor era um mar de belas vistas onde eu

lhe via  lá no alto...

Onde já se viu achar que em nossa história só você podia ser o bandido? Não

planejei lhe matar, pois raiva é coisa passageira,mas sinta uma dor com a falta do

meu amor, por favor ou gentileza que ele já não lhe pertence. Agora risque o

segundo fósforo. Incendeie tudo até a velha canção cujo CD também enviou

para a outra. 

Queime todas as palavras que eu não consegui dizer, mas lembre-se: Se aqui se

 trai e aqui se ilude, coisas de bandido não mais me aturde. Pode queimar todo

amor puro até o que eu guardei. Será que eu lhe dei? Será que eu merecia era

o seu impuro? Recorte a estrela que eu era em seu caderno, no meu você será

 este menininho sem nada de terno.
www.recantodasletras.com.br/cronicas/1760921


Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 17/08/2009
Reeditado em 18/08/2009
Código do texto: T1758467
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