EU VI, MAS NÃO ESTAVA LÁ...

 
               Sou apaixonada por imagens. Sejam fotografias, telas, desenhos ou apenas rascunhos. Imagens são múltiplas possibilidades de  leituras. Convite aberto a um passeio no imaginário de quem olha. Guardo o sonho de realizar um trabalho com leitura de fotografias. 
 
               É extraordinária a experiência do olhar. O olhar do outro nos coloca diante de descobertas inusitadas. Quantas possibilidades de interpretações oferece uma única imagem?! Cada um olha segundo seus princípios, suas experiências, seus desejos, seus sonhos. 
 
               Cada olhar vai revelando o mundo interior de quem ver e a imagem vai revelando o que para muitos é impossível enxergar. Talvez por isso ao olhar uma flor jogada na rua alguns vejam em seu orvalho as lágrimas de um amor desfeito, outros vejam a emoção de um encontro inesquecível, mas há quem veja apenas um lixo que deve ser recolhido.
 
               O olhar que se acostumou a ver a vida como uma longa e difícil caminhada é incapaz de ver as flores que embelezam e perfumam seu caminho. O olhar cético de um coração magoado é incapaz de ver no sorriso do outro a oferta da amizade. 
 
               Diante das imagens nos colocamos como somos. Não é a imagem que fala da paisagem, mas nosso olhar sobre esta paisagem que revela nossa alma. Pode nos levar, inclusive, a falar de sonhos que não estão na imagem, mas que acordam e viram palavras querendo ser ação. Abstrações? Sei não!


             

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 11/08/2009
Reeditado em 11/08/2009
Código do texto: T1748084
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