AS MÁGOAS QUE NOS DEVORAM
"Baseado no livro: Não leve a vida tão a sério" de Hugh Prather.
Por várias razões podemos acreditar que há dois sentimentos que acompanham o homem, desde seu nascimento até a sua passagem para a pós-vida terrena. Primeiro vem à felicidade que tanto procuramos vida adentro e o segundo é a frustração, que se nos abate por tudo que não conseguimos levar a bom termo.
Quando o ser humano nasce e é um bebê ou ainda bem criança e se irrita ao se frustrar com alguma coisa ou algum fato em seu favor, ou contra si, logo em seguida, recupera a sensação de felicidade e passa a desfrutar novamente de um período de paz e tranqüilidade. Porem com o adulto não é bem assim que funciona; esse desenvolve seus pensamentos, cria as suas dúvidas e por longos períodos continua frustrados, há casos que perduram por toda uma vida.
Mas por que este diferencial no ser humano nas duas etapas da vida é tão distinta? Segundo Hugh Prather: “pode-se alegar que a inexperiência das crianças cria problemas imaginários e que, por isso, a frustração é uma conseqüência previsível. Poder-se-ia esperar que os adultos tivessem mais facilidade para se movimentar pela vida, mas a verdade é que poucos resistem à tentação de inventar coisas sem o menor fundamento”.
O problema maior é que à medida que a idade avança, menos levamos a sério os nossos objetivos. Quando em criança, qualquer coisa é de suma importância para o ser humano e em assim ser é que nós adultos, não compreendemos como deveríamos, as crianças e aos jovens.
Nós adultos dificilmente aceitamos a vida tal como ela é, na verdade, a nossa realidade passa a ser quase oposta. Quanto mais envelhecemos, mais nos tornamos medrosos, inflexíveis e irritados com qualquer coisa que não nos agrade.
Quando de um relacionamento amoroso, só para ilustrar, sempre nos arrependemos por alguma coisa feita ou dita, e pedimos desculpas: foi mal, não era bem isso que eu queria dizer, essas coisas acontecem, quando na realidade nem nós nem as outras pessoas esquecem o problema criado e que nos sufoca por um período alem do necessário, se é que há tempo necessário para magoas. Na verdade poucas são as pessoas que fazem algum tipo de esforço para superar problemas de relacionamentos – É unanimidade os que defendem apenas seu ponto de vista.
As maiores frustrações dos casais são resumidas por eles, como a insatisfação e desrespeitos pelos parceiros ou parceiras. Sabemos também que a maioria das pessoas envolvidas em relacionamentos monta suas historias detalhadas sobre suas ligações equivocadas ou frustradas e sai contando para todo mundo, como se alimentar opiniões alheias, com mágoas e rabugices fosse um caminho para a liberdade, a saúde mental e a paz para sua psique.
Essa prática ou conduta emocional induz as pessoas a levarem para outro relacionamento, pensamentos e sentimentos intensos do que passaram numa relação anterior, isso se configura quando escutamos de um parceiro ou parceira, “esse filme eu já vi antes”, “ cicrano não agiria assim”... Essas pessoas agem como um “viciado”, que é vitima de seu passado não do presente momento, do agora, que precisariam e deveriam viver.
Conforme disse o escritor Hugh Prather: “cada falha em um novo relacionamento reforça essa distorção e um belo dia o amor se esgota”.
Assim sendo, não é possível se viver um novo relacionamento, experimentar novas experiências se ainda vive-se o antigo de corpo e alma. Torna-se muito complicado para quem ainda esta vivendo sensações do passado, ganhar a liberdade plena para viver o agora, o tempo presente. Libertem-se e sejam felizes ao lado de novas conquistas.
Rio, 06/08/2009
Feitosa dos Santos