O mal vem antes de quase tudo
Bem-vindo ao Brasil!
Nosso país é mal-afamado por aí, porém não dê ouvidos aos maledicentes. Segundo as más-línguas, o brasileiro é malandro e malemolente o que é uma injustiça. Esse conceito maldoso é fruto de uma má interpretação de nossa cultura, cheia, sim, de malícia, mas não de maldade.
É bem verdade que os governantes brasileiros, são dados à malversação do dinheiro público, descuidando dos interesses da nação, deixando de manter sérias políticas de emprego, saúde e educação, por exemplo. Nem por isso, conquanto seja um povo malcuidado, os brasileiros possam se considerar malnascidos. Esta terra é um presente da natureza, apesar de mal aproveitada. De certa forma, até em função desse descuido histórico com o povo, boa parte dos cidadãos acaba sendo malcriada e, sem dúvida, mal-educada. Contudo, isso não quer dizer que sejamos um bando de malfeitores.
O brasileiro é malnutrido, mal-informado e, invariavelmente, maltratado. A despeito de cá existir uma democracia, ainda não temos bagagem histórica suficiente para poder mudar as coisas pelo poder do voto. Principalmente os maltrapilhos que continuam mal-acostumados com políticas populistas e assistencialistas, trocando seu voto por benesses imediatas, entretanto discutíveis já que perpetuam a miséria. Mal-e-mal pode-se dizer que entregam o poder a qualquer um que lhes garanta um prato de comida.
Todavia, se somos mal-assombrados pelos donos do poder, não deixamos que esse mal-estar nos torne um povo mal-humorado. Neste país teimamos em ser alegres e esperançosos, porque não nos acreditamos malfadados ao infortúnio. Um brasileiro sempre se supera e reage com criatividade e esforço aonde outros povos malogram por falta de jogo de cintura e desesperança sem remédio.
Não quero parecer um mal-agradecido por ser brasileiro, embora por tabela, corra o risco de ser malvisto mundo afora por causa de tal condição. Ser brasileiro não é uma maldição, ao contrário, é uma bênção. Estes comentários mal-ajambrados, não representam uma expressão de malquerer por minha terra. São, antes de mais nada, uma tentativa de justificar que, apesar de tudo, não merecemos ser malquistos.
Se, por aqui, o mal vem antes de quase tudo, o bem certamente impera porque é da nossa natureza e cultura sermos bondosos e, no fundo, trazemos na alma uma enorme capacidade de realização. O Brasil ainda está mal-acabado, mas há de sempre crescer, nem que seja por conta de verdadeiros malabarismos.
E acredite, não sou maluco!