O BILHETE

          Sabe aqueles dias em que a monotonia chega sem ser convidada e não aceita ordem de despejo? Em dias assim reviro meus armários. Outro dia abri uma caixa cheia de papel. Fui tirando aquele amontoado de lembranças amareladas e conferindo seu conteúdo, sem muito interesse. 

          Cartões- postais, de uma antiga coleção, cartas trocadas ao longo da vida. Tudo ali, como registro de um tempo distante ou pedaços de uma vida que ainda se constrói. Um envelope azul chamou minha atenção. Abri. 

          Dentro um bilhete escrito em um lenço: “Abra os olhos, olhe em volta, só sua estupidez não lhe deixa ver que eu te amo. Estou aqui, esperando você.  Não consegui lembrar o autor daquele bilhete. Por que continuava ali guardado? 

          Ia jogar fora quando vi a resposta no verso do papel:
Quantas vezes eu pensei voltar, mas, esqueça, refaça a sua vida urgentemente que o tempo passa e um dia de repente a gente chora o tempo que perdeu e eu não quero mais seu amor, não pense que eu sou ruim, vou procurar outro alguém. Você! Não serve prá mim!”  Só agora eu sei...




N. A: * As frases em destaque são fragmentos de músicas do Rei.

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 27/07/2009
Código do texto: T1721563
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