O AMOR ESTÁ NA CARA!
Quando se fala do amor. Parece que o mundo vive a procura.
Tem que diga que ele se esconde. Tem quem jure que é uma grande mentira.
Que nunca é visto. Tá sempre escondido. Subentendido.
Tem a turma que canta que o amor não foi feito pra ver; apenas pra ser sentido.
Peço licença, vou unir-me à discórdia. Para dizer que o amor é visível a todo instante.
Por todos os segundos que transformam amáveis minutos em hora.
O amor se mostra nos olhos. No olhar de ternura e cuidado.
O amor se exibe na boca. Nas palavras sinceras que traduzem o amado.
O amor se expõe nos braços, nas pernas e corpo. Se faz nos gestos de afago, desejo, carinho de um para o outro.
O amor está pelos cantos dos livros empilhados. Na convivência das histórias vividas. Nas estantes dos discos guardados. Na cumplicidade das músicas ouvidas.
O amor está à mesa dos jantares elaborados, de velas acesas. No lanche rápido à luz do dia.
O amor está nas fotografias.
Nos momentos eternizados. Nas viagens programadas. Nos passeios improvisados. Nas idas ao supermercado.
O amor está no vazio da ausência. Na presença que falta na casa cheia de silêncio.
O amor está na tristeza. Na divisão das lágrimas doloridas. No afago que promete que tudo passa nesta vida.
O amor está na gargalhada. Na conjunção de explosões extravagantes. Na alegria dos amantes.
O amor está na discussão. No desequilíbrio intempestivo que faz necessário o perdão.
O amor está no inesperado. No surpreendente. No inusitado.
Quem acha que o amor é difícil de achar.
Pode estar perdido à procura.
O amor não se esconde, se escancara!
Se não estiver visível, talvez seja um engano.
O amor de verdade está na cara!