Hoje, ao procurar uma máscara especial, percebi que algumas coisas estão tão presentes em nosso dia-a-dia que muitas vezes não nos damos conta de sua presença. Acontece isso com as máscaras que usamos em nosso cotidiano. 

            Agora, que preciso escolher, conscientemente, percebo que esta escolha segue códigos implícitos, não refletidos, não verbalizados, (in)conscientemente assumidos nos grupos sociais aos quais pertencemos. A principal função das máscaras é nos tornar transparentes. Revelar quem somos. Desnudar nossa essência.

          Nem sempre elas conseguem. Não revelam os conflitos interiores, o estado da alma, refletem apenas aquilo que esperam de nós. Refutam medos e angústias.  

          Hoje a máscara precisa ser eficaz. Tenho encontro marcado com outras celebridades. Pessoas que também colocarão suas melhores máscaras e, vestidas de talento e criatividade, encantarão outras pessoas com suas palavras inteligentes, líricas, suaves ou, simplesmente palavras que expressam sentimentos. 

          A cumplicidade, exercitada nestes encontros com o outro, que também busca e que reconhece a face de suas máscaras, é prazeroso e dotado de uma sutileza que enriquece a experiência de compartilhar a arte de escrever, de usar a palavra como instrumento integrador. É bom saber-se parte de um grupo, de outras vidas, sentir-se um ser-no-mundo-do-outro. 

          A cada encontro aprimoramos nossa capacidade em lidar com as diferenças, o saudável exercício de ver nossas máscaras sendo analisadas por outro olhar, recebendo nova significação – algumas vezes imperceptível ao nosso olhar descuidado ou tão familiarizado que já não reconhece pequenos detalhes.  
  
          Este encontro nos permite trazer à tona sentimentos, emoções e, de forma criativa, nos ensina a lidar com eles, descobrir o que é nosso, do outro ou apenas criação do momento.



N.A: Não confundir máscaras com disfarces.