La fille avec les fleurs
Sento-me em um aposento qualquer
Nada me resta além de um breve gole de rum
O dia lá fora parece limpo,mais uma belíssimo dia do nosso verão
Dia agradável para passear pelo parque e todas as essas coisas pseudo poéticas que escrevo
Mas nada me resta além desse copo de rum
Um menina do outro lado da rua se distrai com alguma flores
Como se buscasse uma recordação banal
Ela anda com a cabeça baixa.
E quando olha pra frente,seus olhos refletem uma tristeza vulgar
Uma tristeza vulgar que muito reconheço
Já que nada fiz dessa vida além de procurar recordações banais
Nada falarei sobre sua aparência estas cousas já parecem indiferente a mim
Logo eu que muitas vezes só me importei com isso
Eu que já me deitei com as mais belas mulheres dessa cidade
(todas putas de certo,talvez apenas pelo fato de serem mulheres e terem se deitado comigo)
Ah se elas tivessem uma tristeza bela como a da menina
Talvez eu ainda me recordasse de alguma delas
E foi pensando nisso que não consegui desviar meus olhos pelo resto da tarde
(ou teriam sido apenas alguns minutos?)
Era como se sua tristeza fosse a minha tristeza nos dias eu que eu passeava no parque
E então eu amei-a,como pessoas normais costumam amar
Amei-a de verdade
Pois ama-la era como me permitir amar a mim mesmo,mas sem me sentir vulgar
E por um instante ,pensei que talvez devesse acompanha-la
Talvez em nossa caminhada,a sua tristeza gentil se confortaria em minha tristeza bruta
E meu vazio preencheria o teu
Eu te chamaria pra dançar a noite inteira
“não gostas de tango,meu amor?”
eu te veria envelhecer da forma como eu envelheci,
enquanto você me veria morrer
e brindaríamos todas as noites de lua cheia
Mas isso foi apenas um impulso momentâneo
Minha casa me é tão confortável,o sol incomoda
também não vejo sentido em descer
Quero-te apenas assim triste e distante
Apenas a tua imagem olhando flores
Não tenho interesse em teu sorriso,teus beijos e tua carne
A vida é muito mais bela quando não a tocamos
E assim se vai a tarde e minha ultima dose de rum