Gente Bicho... Vida Amor! 
 
Comentário ao texto: Cansei de ser gente. De hoje em diante serei bicho (Camilla Figueiredo).
 
Há 40 anos tenho um sonho de singela beleza, uma fixação em entender, conceber e exercer algumas boas idéias nas coisas verdadeiras, na essência de cada ser, que tentei ser e em mínima parte, pretensiosamente fui, sem nunca ter verdadeiramente ido, pois nunca consegui influenciar positivamente e arregimentar a tudo e a todos comprometer e corresponder a um ideal que pudéssemos descrever, escrever e dar forma a outro viver a cada ser.
 
Este pensar, esta loucura, estava e estar sempre presente e norteando a minha existência na vida e que hoje tenho a grata oportunidade de ver uma diferente forma leal de expressão liberta e livre dos valores intrínsecos ao consumismo material, espiritual e humano das pessoas. O consumismo do interior mais profundo do humano. Uma lavagem nos pensamentos, idéias e vontades.
Quando? Onde? E por que! Quando, desde o sempre. Onde? Em todos os confins do mundo. E por quê? Porque as pessoas cada dia mais são vaidosas, orgulhosas, egoístas, egocêntricas... Materialistas, manipuladas e manipuladoras de corações e castradoras de mentes. Formatando vontades e excluindo o intrínseco de cada humano ser.
 
Será? Acho e tenho certeza que nos foi induzido e imposto pela sociedade carente de valores e teores de importância ao eu de cada ser, necessitado de não ser manipulado pelas falsas regras de uma sociedade caótica que finge que vivemos felizes e sóbrios aos falsos preceitos e conceitos imputados pela selvageria a nos usurpar a livre vontade de ser ou não ser um estereótipo ou padrão de vida ou falsa reflexão na jaula da discriminada e discrepante vida a moda e maneira das besteiras e asneiras das coisas que não tem valor, nada a acrescentar e construir.
São inconseqüentes e sem a cor colorida do nosso enxergar, viver e coadunar harmonia. 
 
Participei e vivenciei das andanças da minha juventude dita transviada, fui hyppe, nômade, responsável, irresponsável, politizado, apolítico, de tudo um pouco, onde os ditadores, preconceitos e machistas castradores nos podavam. Tentavam nos descaracterizar, desde o tamanho e corte dos cabelos, se grandes, mulherzinha, passavam até pela cor das roupas. Se homem usasse vermelho, rosa ou violeta era um terror, veado ao sabor. Sapato salto alto, verniz, que aflição, era coisa de traição e calça boca de sino, tamancos, macacão Lee americanizado e por nós americanalhados, e se gostasse de dançar solto e tomasse refresco? Fresco na certa! E se não fumasse? E não freqüentasse a zona? Jamais seria homem, fadado a ser discriminado frango ou veado, sem nunca ser reprovado por mulher nenhuma e nem suas preferências, e sim pelos amigos do nada e nunca, das cabeças vazias e mentes incoerentes e inconseqüentes com o crescei-vos e multiplicai-vos nos valores necessários e reais e não nos rotulados desvios, que de tanto serem vazios virou desvario em nossas vidas doídas e muito mal resolvidas com relação aos anseios de uma juventude acima do seu próprio e renegado tempo. Que pena, não sei se rio ou choro, vaio ou aplaudo, sinta regozijo ou repudio, sei apenas que vivi e muito sofri, como tantos outros... Mas acho que conseguimos um pulo de gigante, não sei se o preço valeu, eterna dúvida, principalmente aos amigos que a morte solveu.
 
“Escreves com sangue e verás que sangue é vida...” (Acho que alguém já escreveu, com muito e respeitoso sentimento, meus cumprimentos, se não, fui eu com minha mente já confusa).
 
E as mulheres? Puxa! As mulheres... Coitadinhas delas, as nossas bravas e guerreiras mulheres, ascendentes ou descendentes a minha época? Se fumassem, prostitutas... Se bebessem, principalmente cervejas em bar, prostitutas, se usassem mini-saias, prostitutas... Se namorassem muito, prostitutas... Se pegassem carona, prostitutas... Se saíssem sozinhas em grupo, prostitutas... Se transassem com o namorado, era de todos... E se o pai soubesse, botava pra fora de casa... E se ficasse grávida? Av. Rio Branco, diversos inferninhos. E vamos parar por aí, pois fico completamente aturdido e nauseado com os falsos valores de cada época. Atirem a primeira pedra! Canalhas!
 
Conflitos dos valores mutáveis e imutáveis, os falsos e verdadeiros valores que norteiam ou nortearam, marginalizam ou marginalizaram vidas, existências e a vil sociedade dos falsos homens hipócritas. Podridão... Que vergonha! A começar pelo pensar! Imaginem o agir?
 
Se defendêssemos educação, habitação, saúde, direitos de expressão, liberdade de ir e vir, vontades individuais ou coletivas a serem aperfeiçoadas, Nossa Senhora, na certa um comunista, vermelho, esquerdista, nazista e acima de tudo traidor da pátria, da nação. Que Pátria? Que nação?
Tínhamos territórios, éramos e ainda somos uma nação sem pátria, em que as gerações anteriores lutaram com a perda da própria vida e a nossa teve o privilégio de participar das “mudanças”, melhorá-las e hoje vendo em parte as mesmas consolidas, mesmo com as diversas adversidades das discrepâncias sócias. 
 
Avançamos muito, mas não o suficiente para parar, agora é que devemos lutar muito mais, em função de ter aumentado um pouco o número de pessoas que acreditam que possamos ser cidadãos melhores, com melhor qualidade de vida. 
 
O seu escrito nos levou a refletir acerca da idéia de ficarmos cansados de ser gente e voltar a ser bicho, mas que bicho? O bicho que acredito é o bicho sábio e cônscio dos valores relevantes a racionalidade dos irracionais que manipularam e manipulam o sistema, mas jamais os jovens autênticos e cheios de pensamentos livres e puros, assumidos nas reflexões do legado que deixamos de bom e do que deixamos a desejar e que graças a Deus garotas feito e como você enxergam e enxergaram que a maior lutar ainda estar por vir.
 
Essa luta é de vocês, talvez não lute mais essa batalha mano a mano (faço ainda nos escritos, que refletem os meus pensamentos), gostaria muito de fazê-lo, a luta do Eu x Eu, do Você x Você, do Eu x Você, do Você x Eu... Dos Eus pelos Nós e dos Nós pelos Eus e a tudo e todos melhorar, e pelos outros a serem resgatados a se racionalizarem e integrarem um mundo que de inimaginável não tem nada. 
 
Basta de estigmas e paradigmas, vamos alavancar a igualdade no respeito pela forma de cada um ser e ver a vida e o mundo. E em consenso construir mentes puras e sadias que tenham vida e pensamentos próprios, criativos e inovadores ao verdadeiro bem estar de ser e existir outra vez como gente. Acima de tudo simples, humildes e humanos. Sem sermos subservientes, humilhados e comboiados. Isso nunca mais, acima de tudo e todos. Sem farsas, calcada em lealdade a si e ao irmão próximo, todos filhos do Pai Maior
 
“O sonho de beleza está em você, não é preciso mais a, ou se convencer, aconteça o que acontecer, sou mais você”.
 
A grande festa da vida está em nossas vidas com as pessoas que nos gostam e nós nos sentimos simples e amados... Amando cada um a sua maneira e moda (rsrsrsr). Plenitude de vida... Paz e amor querendo mais vida, nada importa e sim a qualidade de vida em nossos corações e mentes e o compromisso como cidadãos e os nossos princípios e conceitos compartilhados nas entranhas dos pensamentos e navegações reflexivas ao mundo que sonhamos para os filhos dos nossos filhos, geração após geração, como compromisso maior em pura sublimação. Ação e reação.
 
A responsabilidade para com as pessoas através dos seus escritos e para com você e os seres animados e inanimados instintivos racionais ou irracionais como um todo no amanhã, e o amanhã já é o hoje e já é agora, vai ajudar você a se libertar e criar a melhor forma, uma eterna reflexão de como não conviver com o ostracismo da omissão. 
 
“Se lhe interessar, traga seu instrumento e me procure no meu escritório, uma rede branca montada a beira-mar daquela praia chamada vida”.
 
Lembra? Claro que sim! Aceito de forma pura e plena e o meu instrumento sempre será o amor a vida e ao próximo, não importa qual a distância, diferença, raça, credo... Quero apenas navegar na marola do seu mar, em sua, agora já nossa enorme rede branca para que possamos nos aproximar e aumentarmos o número de redes no mar e ao mar labor da vida, em vida e vidas...
 
E ter como cúmplices todas as estrelas que estão a observar essa obra a edificar. Se conseguires acarinhar cada novo ser que possas cooptar a amar e a nos amar verdadeiramente e disseminar essa forma de ver e amar a vida ao além mar, aonde o seu escritório não vai mais precisar de rede. Ele será lá na praia ao sabor das ondas do mar que conseguiste eternizar. Eu vou estar lá, talvez como um peixinho instintivamente a nadar e navegar ao teu pensar.
 
Vá em frente, o mundo é de vocês, os jovens, digo, jovens de espírito, portanto nosso (rsrsrsrsr).
 
Adorei o seu escrito, e o que ficou enraizado nele, passaria algumas horas ou dias tentando comentar o que li e acho que entendi, apenas acho. 
 
B’jus ternos e eternos na alma e no coração. 
 
Julio Sergio
Recife-PE.
(16.07.09)
 
PS. Leiam o texto: Cansei de ser gente. De hoje em diante serei bicho (Camilla Figueiredo).    http://www.cirandadeduas.blogger.com.br/