PERGUNTE AO SEU CORAÇÃO





Ao observar o desenho de um coração, símbolo do amor, de repente enxerguei dois pontos de interrogação, um em frente ao outro.


O amor seria o encontro do que ainda não sabemos?


Eu sei... Descobri a pólvora!

 
No entanto, me pergunto, qual a maior fragilidade amorosa?


Tenho a impressão que o amor é frágil porque o entendo como liberdade. O outro é livre desse afeto que dedicamos, caso não deseje corresponder em nenhum momento (quantas relações não acontecem por que são unilaterais?) ou porque deixa de amar na mesma intensidade, sem falar daqueles amores que acabam. Literalmente.


Talvez por isso, nos sentimos, em muitos momentos, enciumados.


E afinal, o que seria o ciúme? A melhor definição que já encontrei até hoje foi esta: "ciúme é a consciência dolorosa de que o outro não nos pertence". Se entendemos que o outro não é nosso, teríamos que admitir a liberdade. Será que admitimos?


O que mais me surpreende nas questões amorosas é a incapacidade para compreender a liberdade do afeto. Não amamos porque desejamos amar, nem deixamos de sentir o amor por uma deliberação, um decreto da vontade.


O afeto é incontrolável. O controle se limita ao comportamento.

Poderemos agir de uma maneira ou outra em relação a um afeto, mas o sentimento em si, não passa por uma decisão da vontade. O que me leva a entender que controlamos musculatura, mas não o afeto em si. Por exemplo: sentir raiva não significa licença para sair por aí desferindo tapas e socos.


Embora muitos possam imaginar que uma coisa leve à outra naturalmente. Se a pessoa se comportar de forma natural, no sentido instintivo, será um animal selvagem longe dos rudimentos do processo civilizatório.


Talvez esta crônica seja apenas o início de uma série de questionamentos sobre o amor.


O pensamento é livre para entender o amor?


O sentimento estaria em uma dimensão inatingível pelo intelecto?


A idéia de amor romântico tentaria preservá-lo do entendimento através da sua passionalidade?



Creio que minhas perguntas podem me levar a outras. Não tenho medo das interrogações.


Aprendi a aceitar e suportar não saber as respostas, ao invés de me manter engessada em caminhos que não encontrem ressonância em minha alma.


Quero compreender...  O  que virá a seguir?






(*) Foto: Google





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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 16/07/2009
Reeditado em 16/07/2009
Código do texto: T1702171
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