O VOO DA MORTE
O VÔO DA MORTE
José Antonio e Maria de Fátima, tiveram uma das maiores felicidades de suas vidas sofridas, quando Helena Raquel Soares da Silva levantou seu diploma enrolado numa fita de cetim, e com o microfone no mais alto som dedicou a eles sua grande vitória. Havia se formado em Comunicação Social. Era a filha mais nova do total de 06 filhos sendo que 03 irmãs se mudaram para São Paulo em busca de vida melhor e por lá se casaram, dos irmãos, um mora em Santiago no Chile em uma sede do GREEN PEACE há mais de dez anos. O outro infelizmente não seguiu os ensinamentos humildes do seu José Antonio, e está preso por tráfico de drogas no presidio de bangu I no Rio de Janeiro. A cidade de Janaúba no Norte de Minas, abraçou a mais nova Jornalista, com seus 22 anos e 1,78 mets de altura e seios fartos de mulata mineira-bahiana, uma bunda de provocar divorcio e uma simpatia imensuravel. Helena fora convidada por um Jornal de Belo Horizonte mas decidiu ficar por aqui com o salário de reporter policial que recebera um aumento após o diploma, outra questão eram os pais que ela não queria deixar. A escura face da vida de Helena começa se ativar quando conhece o Cardiologista Felipe Athayades Mellipo , um medico de familia rica vinte anos mais velho que ela, Porém com larga fama de sedutor e alguns boletins de ocorrência por agressões. Dona Fatima aconselhou, fez promessa para Nossa Senhora do desterro mas o marido empolgado pelo peso da medicina abriu todos os caminhos para a concretização do enredo. O nascimento da filha veio um ano e meio depois do primeiro olhar que o medico e a jornalista trocaram no Bico da Pedra. Muito luxo e pouca felicidade era o que Helena possuia neste casamento, que confessou para a amiga Rita Vasconcelos ter se arrependido muito , por tudo que o marido lhe proporcionava nos ultimos tempos. Após o nascimento da filha a Jornalista entrou em estado de depressão pós-parto e foi literalmente abandonada por Felipe, que usando da sua influência tirou a recem-nascida do convivio da mãe e levou para a casa dos avós paternos. Foram longos meses de solidão e tratamento no Estado do Rio de Janeiro sob os cuidados do lendário doutor Sillesio Adzugara um dos maiores estudiosos de Nise da Silveira no País. Dentro do tempo de recuperação Helena que estava sob os cuidados financeiros do Jornal que trabalhava, escreveu diversas cronicas, dialogos amargurados e materias sobre a nova visão da loucura que adquirira. Em meados de 2006 ela volta a Janaúba disposta a rever a filha e refazer a vida interrompida de forma tão bruta é covarde conforme escrevera em seu artigo "o preço da paixão". Seus ávidos pensamentos porém, não encontraram a reciprocidade que desejava, por ordem da justiça manipulada pela familia do ex-marido estava proibida de manter qualquer contato com Aleida Frida sua pouco conhecida cria. No mais, o que se ouvia era o glamour do médico, ser cada vez mais medrado pela venal sociedade corporativa, Helena denunciou em rede nacional o crime a qual era vitima, expondo todos os passos da sua via-crucis, mostrou laudos e teve o apoio da imprensa carioca, que recebeu na época do seu repouso suas colaborações a diversos jornais fluminenses. Antes que os processos fossem revistos pelos novos advogados de Helena, o pistoleiro Adjael de Santana feliz, entrou e atirou dez vezes contra a cabeça de Helena que dormia na antiga casa dos pais, em um lugarejo por nome de Paciência. Onde ela se refugiava para escrever seus textos mais longos. Mas a sorte que fez com Helena fosse visitar a folia de São Jorge em Mulungú, se livrando da morte, não foi a mesma para a sua melhor amiga Rita Vaconcelos, que adormeceu vendo o Programa do Jô e ali foi confundida com a Jornalista. Meses depois o pistoleiro se apresentou a polícia e entregou o mandante do crime, que não foi surpresa para ninguém quando a imprensa estampou em primeira folha o nome de: Felipe Athayades o médico assassino. Por força das grandes manifestações em todo o território nacional, Helena conseguiu reaver a guarda da filha e um otimo contrato em uma rede nacional de televisão. Se despede de Janaúba e voa de helicoptero até o Rio de Janeiro para assinar o contrato, mas trabalharia em São Paulo, esboçando uma felicidade tão grande que nada se parece com aquele rosto amargurado mostrado nas telas do Fantástico, tão linda e bem articulada que a apresentadora Ana Maria Braga disse que ela deveria estar no horário nobre da Globo. Este dia era 26 de julho de 2007, que antecedeu uma das maiores trajédias da história da Aviação Brasileira, a queda do Air Bus da TAM matando 191 pessoas, entre elas a Jornalista Helena Raquel Soares da Silva sua filha e seus pais.