Em 300 palavras: Os descaminhos das lojas de luxo
Há um antigo ditado: Dinheiro não traz felicidade. Algumas pessoas completariam: Mas manda buscá-la. Depois da primeira prisão de Eliana Tranchesi em 2005, por importações fraudulentas ou o descaminho, hoje, na verdade ontem, foi a vez de Tania Bulhões.
Além do crime, as duas têm em comum serem donas de lojas de artigos de luxo em São Paulo, Eliana é dona da Daslu, loja que vende artigos que vão desde roupas de grifes internacionais até apartamentos (?). Já Tania é dona de duas lojas uma de móveis e decorações, outra de perfumes.
Nesse caso duas coisas me chamam a atenção, a primeira é que sempre que a mídia, principalmente a escrita, quando menciona os casos ela coloca o advérbio “supostamente” antes dos crimes cometidos, a segunda é o fato de Tranchesi, mesmo sendo condenada a 94 anos, ainda não está atrás das grades. Talvez pelo fato de ser rica e assim tem condições de contratar ótimos e caros advogados que sempre conseguem um habeas corpus aqui outro ali, alguns vem até de madrugada. Será que nosso poder judiciário faz serão em determinadas noites? Por que quando os pobres são presos não têm o mesmo tratamento da mídia, a eles não é dado o benefício da dúvida, nunca lemos “supostamente”, nem dos nossos zelosos juízes? Talvez a resposta já foi dada: São pobres e por isso não podem fazer contrabandos, não podem se beneficiar de empresas de fachada, pois para isso é que existem nossas rigorosas leis.
Os otimistas diriam “É foi presa isso prova que o Brasil está mudando”, os pessimistas e os realistas concordariam “Ela é rica não vai ficar”.
Dinheiro realmente não traz felicidade, mas pode comprar alguns artigos de luxo como: juízes ou respeito e admiração da coluna social ou policial.