Creme e morangos
Abro a porta às vozes das saudades e, com púrpura ternura deixo-me estar entre elas nestes dias invernais....
Quão serenas são as noites que à releitura solitária de mim mesma faço.
Com ar de graça passo os dedos sobre o cabelo, assoviando a sonata Ronda Alla Turca e agradeço ter sobrevivido, também às tempestades de verão.
Espírito resiste metamorfoseando-se entre mosaicos de sensações; Lembranças sonoras, povoam e recriam espaço – tempo e, nova a mente entrega-se às asas da imaginação.
E o creme com morangos ? A eles acrescento alguns suspiros reservados à ocasião. Afinal, à maturidade lambuza –se com poções de fantasia , doces efêmeras, airadas mas, com tons de eterna jovialidade como os sons de Mozart, as pinturas de Magritte e a filosofia de Nietzsche...