MUITO ALÉM DO EDREDOM

Falávamos sobre os sites de relacionamento da internet...

Para algumas pessoas isto ainda é um tabu. O que quer dizer que, um grande percentual de homens e mulheres solitários sente vergonha de admitir que utiliza o cupido eletrônico de peito aberto, disponível a todas as flechadas até que um delas seja certeira. Quem sabe duas... ou três... Mas isto é outro assunto.

Como eu estava dizendo, outra parcela - não menos considerável - de homens e mulheres avulsos simplesmente abomina este tipo de alternativa para encontrar um par.

Mesmo assim, independente de números e de divergências de opiniões, os tais sites existem.

Não obstante os prós e contras, os perigos ou as comodidades que este correio amoroso desencadeia, ele, inegavelmente, tem unido alguns belos pombinhos- nem um pouco robotizados- por aí.

E o velho hábito da pergunta que não que calar, cutuca os neurônios para conhecer a resposta:

Por que homens e mulheres bonitos e bem sucedidos cadastram seus nomes, suas características, suas fotos, suas vidas; divulgando-se na NET à procura de alguém?

Os experts na arte de caçadas virtuais esclarecem que isto acontece devido à escassez de territórios favoráveis a esta atividade no mundo real.

Como assim? E os milhares de bares, restaurantes, boates que bombam por aí?

Os amantes internautas garantem que os desencontros carnais têm falado mais alto. As insatisfações olhos nos olhos têm vencido a contagem. As decepções têm germinado escabrosamente após semeaduras impróprias em ambientes reais. Ou seja, arriscar-se virtualmente tem sido mais encorajador. Há mais tempo para diagnosticar as insatisfações. Enquanto as decepções podem ser deletadas discretamente.

Uma teoria pra lá de polêmica. Sou capaz de imaginar um percentual de leitores assinando logo abaixo desta tese e o restante rasgando esta página inteira.

Mas, pensando seriamente sobre o assunto, será que interessa realmente saber de qual geração é o cupido utilizado? Fará alguma diferença saber se o namoro começou da troca de olhares numa rave quentíssima ou de uma troca de MSN numa noite solitária de chuva e de vinho?

O que vale nisto tudo não é tentar? Apostar, arriscar (por que não?), e acreditar que existe amor fluindo no hemisfério norte e no hemisfério sul e, que é possível se apaixonar, mesmo que num primeiro momento seja pelo sorriso captado pela webcam.

Há os que lastimam. E abandonaram as esperanças garantindo que seus cupidos já perderam as asas e devem estar aposentados pelo INSS. E que por isso, preferem não correr o risco de congelar nas noites frias de inverno, decretando o papel definitivo de par “caliente” ao velho e fiel edredom.

Nada contra.

Porem há os que também não se arriscam pelas noites geladas, mas não desistem de acreditar que existe alguém que também está sozinho, envolto num edredom, com um laptop no colo tentando deixar de ser ímpar.

A conclusão está aí.

Você pode decidir entre estar ON ou OFF, conectar-se ou não. Mas, entre ser feliz ou infeliz só existe uma opção.

Torço para que você faça a escolha certa.

Léia Batista
Enviado por Léia Batista em 08/07/2009
Reeditado em 08/07/2009
Código do texto: T1688855