ATO IMPENSADO

Numa cidade pequena, onde todos se conheciam, um homem suicidou-se.

A triste notícia se espalhou, deixando os habitantes consternados, pois, o finado era um político bom e ajudava a todos, na medida do possível.

Um bêbado, estupefato, apareceu no velório e ficou um bom tempo parado junto ao esquife, tentando entender o porquê daquele ato impensado.

Enxugando os olhos com a manga da camisa, ele pensou alto:

-Qual veneno o meu amigo tomou para se matar, meu Deus?! Será que foi arsênico, chumbinho ou formicida?!

Alguém lhe respondeu:

-Nenhum dos três. Foi estricnina.

Com o dedo polegar ereto, o tonto finalizou:

-É bom, também!