O AMOR DE LÓGICA & SENTIMENTO

Eram dois jovens namorados descobrindo os mistérios do amor. Foi Lógica que cedeu às investidas apaixonadas de Sentimento e resolveu dar uma chance ao rapaz. No príncipio, ela se encantava com as sem razões dele em querer conquistá-la. Ele mandava flores, bombons, dava toques no celular e escrevia poemas. Às vezes, também a convidava para ir ao cinema. Ele gostava de filmes românticos e ela preferia Woody Allen. Mas os dois também foram descobrindo muitas afinidades (e nenhum defeito) e até já planejavam casar e ter uma filha, que se chamaria Felicidade. Fazia dois anos que estavam juntos, mas Sentimento julgava que Lógica não retribuia à altura todo o carinho que ele lhe devotava.

- Mas não peço que me faça ou diga nada. Por que fazer algo por ti que não seja expontâneo pra mim?

Foi a resposta de Lógica. Sentimento encheu os olhos. Queria que ela também mostrasse seu amor.

- Não posso mostrar o quanto te amo. Não sei se o que sinto é tanto quanto devo ou quanto tu mereces, pois não compreendo o que seja o amor.

Sentimento não acreditava no que ouvia. Como a Lógica podia ser tão fria? No Dia dos Namorados, ele ficou em casa controlando os impulsos que tinha de declarar seu amor por ela aos quatro cantos. Agora, ela é que teria que provar que também o amava. Só que ela não o fez. E ele ficou lá, chorando e ouvindo músicas românticas, com o coração partido. (Será que ela tinha outro?). Ela sentia falta dele e de seu romantismo exacerbado, mas aceitou sua decisão de se afastar. Resignada, pensava que talvez Sentimento fosse mais feliz assim, livre. E os dois não se falaram mais e o namoro, quase noivado, terminou. Na saída de uma sessão de cinema, o senhor Tempo (ele era paciente) e a dona Experiência (ela era compreensiva) lamentaram a ausência daquele bonito casal que saia abraçado e comendo pipoca.

- É uma pena. Eram tão lindos juntos. Mas não souberam combinar, a Lógica e o Sentimento.

Márcio Brasil
Enviado por Márcio Brasil em 11/06/2009
Código do texto: T1643728
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