SABERES E FAZERES
Zilma Marques – Antoniazilma@hotmail.com
Muitas são as teorias abordadas nas universidades por um ensino de qualidade e uma aprendizagem significativa aos educandos, todos, em prol da construção de uma cidadania plena. Entretanto, ainda percebe-se o distanciamento da prática pedagógica ao “olhar” que lhes orienta, sob base bem fundamentada e precisa, apesar dos resultados pontuais, que constatamos no ensino da rede pública. Fica a indagação:
- Por que será que é assim, se existem tantos programas do Governo na Educação para melhorar a qualidade do ensino e aprendizagem?
Penso que há uma série de fatores que implicam neste contexto, mas, principalmente, a questão de colocar o aluno como eixo principal no planejamento, num trabalho de equipe, onde o currículo contemple necessariamente “o que interessa para o educando aprender”, o que se faz significativo em sua vida, sem perder de vista sua prática social, as relações interpessoais, a importância do conhecimento científico, e a preparação para a vida com uma mentalidade amadurecida, crítica, observadora e interventora nas decisões políticas sociais.
Sabe-se que não é tarefa fácil educar nesta perspectiva, mas é possível desde que haja comprometimento em envolver os estudantes neste processo, através de didáticas criativas que propiciem o desenvolvimento das capacidades dos alunos, trabalhando as habilidades e competências compatíveis.
É fundamental o trabalho do coordenador pedagógico, junto ao professor, no chão das escolas; um acompanhamento numa parceria coletiva de saberes e fazeres que atendam a diversidade culturalmente construída, para que a aprendizagem aconteça.
Os programas de formação continuada são boas alternativas para que o corpo docente aprimore seus conhecimentos, com abertura para diálogo, troca de experiências, olhares que lhes orientem na avaliação, por exemplo, como processo contínuo numa visão holística e não de forma meramente parcial e quantitativa, enfim, deixar de lado paradigmas que não servem mais, por uma visão pertinente e colaboradora, para o crescimento humano.
Na verdade, não existem fórmulas de se aprender, nem se concebe mais que o professor seja um reprodutor de pensamentos alienadores. Em tempos atuais, espera-se que haja uma qualidade de vida decente, e isso só é possível se houver formação de/para pessoas decentes.
Pessoas decentes? Explico: refiro-me a pessoas que aprenderam a olhar umas as outras com mais amor, pois se neste exercício nos ancorarmos a este sentir, os resultados fluirão com efeitos menos desumanos à sociedade.