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Já ouvimos muito falar da senhora idosa, num canto da rua, confusa e hesitante na tentativa de fazer a travessia diante de um tráfego intenso.
                Temerosa, ela não conseguia sair do lugar.
                Finalmente apareceu um cavalheiro que, tocando-a, perguntou se poderia atravessar a rua com ela.
                Alegre e muito agradecida, a senhora tomou seu braço e juntos partiram em direção ao lado oposto.
                Foi então que ela começou a ficar mais apavorada ao ver que o cavalheiro ziguezagueava pelo meio da rua enquanto buzinas soavam e freios eram acionados com motoristas dizendo palavras ofensivas.
                Quando finalmente chegaram ao outro lado, ela, furiosa, lhe disse:
 
                - "Você quase nos matou. Você caminha como se fosse cego!”
 
                - "Mas eu sou. Foi por isso que lhe perguntei se poderia atravessar junto com a senhora.”
 
                Em muitas ocasiões nos encontramos aflitos e temerosos diante de situações difíceis e, aparentemente, sem solução.
               Ficamos fragilizados e hesitantes e, quando aparece alguém propondo uma saída, logo abraçamos a nova possibilidade sem o cuidado de verificar se estamos trilhando terra firme ou nos dirigindo a um precipício.

AUTOR DESCONHECIDO
ANGELICA ARANTES
Enviado por ANGELICA ARANTES em 07/05/2009
Código do texto: T1580326
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