COMEMORAÇÕES PALACIANAS

COMEMORAÇÕES PALACIANAS

Um dia reservado para as comemorações daqueles que verdadeiramente trabalham para o desenvolvimento do Brasil, com o pagamento das altas alíquotas de impostos aplicados a classe assalariada e ao trabalhador em geral.

Mas me pergunto com certo receio da minha própria resposta, pela indignação que me provocam os nossos dirigentes. Como fica a comemoração daqueles que perderam seus empregos, em virtude dessa crise “Fabricada pelos Americanos do Norte”? Como será o dia para aqueles, que há muito tempo estão à margem do desemprego, sobrevivendo das migalhas de governos? Qual a comemoração para os que buscam pela primeira vez a oportunidade de trabalho num mercado cada vez mais competitivo? Será que shows com diversos artistas em diversas regiões, ou um show da esquadrilha da fumaça nos céus de Copacabana no Rio de Janeiro, patrocinados creio eu, pelo governo federal, resolve o problema dessa massa humana desempregada?

Acho que essa não é a preocupação reinante nas comemorações de hoje nos recintos palacianos, em todas as esferas de governos, representantes deste povo, o alegre e deslumbrado povo brasileiro.

Só gostaria de lembrar aos nossos “dignos representantes”, que enquanto se comemora o dia do trabalhador, existem milhões de irmãos nossos; aqui mesmo, em deplorável estado de miséria, sob os auspícios dos diversos programas “ditos sociais”, mas que escondem por trás de seus aspectos de socialização, a verdadeira obscuridade de seus intentos: a dependência do homem a esses donativos, como forma de garantir votos aos profissionais da política e a hegemonia de seus partidos, embora estes nada façam para reverter esse quadro de penúria de muitos brasileiros.

O que essa gente precisa, “senhores dirigentes”, não é de esmolas ou caridades sociais, porém de trabalho. Que o governo através de uma força conjunta, entre governos e dirigentes da iniciativa privada, bem como de toda a sociedade, possibilitem a alocação de empresas nas inúmeras regiões carentes do nosso país, qualificando e possibilitando o acesso dessa massa humana aos postos de trabalhos criados, fazendo com que estes reconquistem a dignidade maior do ser humano, que é a cada individuo retirar o seu sustento do seu próprio trabalho; o prazer que é esperar o seu salário, depois do seu esforço para consegui-lo. E não a espera das migalhas distribuídas em nome de governos que nada fizeram para ganhar o dinheiro que paga essa conta. Dinheiro este, captado através da exagerada carga tributaria aplicada àqueles que como eu, trabalham das oitos as vinte e duas horas (08:00h as 22:00h), todos os dias da semana, anos após anos, com dignidade e coragem para o trabalho; e cá pra nós, sabemos que muitos desses dirigentes, não tem nenhum apreço pelo trabalho; tendo gosto apenas pela comemoração daquilo que não fazem.

Sonho com o dia em que pessoas de bem, possam resgatar a dignidade de cada “brasileiro e brasileira” e que sintam o verdadeiro amor por esta terra e esta gente, e, queiram ver um Brasil altivo, de pessoas felizes; sorrisos largos, não porque receberam dentaduras de politiqueiros em troca de seus votos, mas porque souberam, via cultura, preservar os seus próprios dentes.

Enquanto isso não vem, aproveitem “Senhores Dirigentes”, comemorem o que não fazem, batam palmas àqueles que fazem os shows, muito embora, utilizando para isso, as mãos calejadas dos trabalhadores.

Rio, 01/05/2009

Feitosa dos Santos