ESQUECI QUE JÁ ERA MAIO...

Marília L. Paixão

Me esquecendo que já era maio iniciei essa bela manhã dando um fora. Perdoe-me maio! Prometo ser uma melhor garota daqui para frente e não sair por ai atropelando gente. Tomara que o tal espírito de porco já tenha ido embora. Toda vez que penso nele penso na Maria Fernandes Shu que escreveu uma bela crônica a respeito.

Por falar nisto o final de abril nos trouxe belas surpresas. Os Textos sobre A Gaveta das meias, que foi um brilhante tema sugerido pela escritora Ana Marques, teve como favoritos os das escritoras: Maria Olímpia, Léia Batista e Vany Grizante. Quer saber o que tinha na gaveta delas, vá conferir você mesmo! Quem já conferiu ficou alegre e satisfeito e quem não conferiu não sabe o que está perdendo.

Lembre-se: maio não é mês para perder as coisas e se você for filho de uma boa mãe não se esqueça dela. E se você for filho de uma mãe mais ou menos faça sua parte para melhorar a vida dela.

E Por falar nisso! Alô mamãe! Será que a senhora está feliz comigo?! Vamos conferir?!

- Oi mãe! Bença! A senhora está boazinha?!

- Deus te abençoe. Ah! Estou nada... aquelas dores não param...só melhoram quando eu viajo. É o serviço desta casa que me mata. Enquanto estava em Salvador eu estava muito melhor.

- Mas a senhora tem que parar com essa mania de limpeza, a senhora morre e a casa fica!

- Pois é minha filha, mas não adianta. eu já acordo e vou direto para a luta. Não consigo ficar parada.

- Estou conversando com a senhora e olhando o girasol vermelho que a senhora me deu. Está no lugarzinho que a senhora deixou, em cima da estante.

- Você gostou mesmo dele?! – Claro que gostei! Foi a senhora que me deu! Eu sei que a senhora colocou ele lá caladinha no lugar de dizer que me ama.

- Toda mãe ama os filhos, você sabe disto!

- E todos os filhos amam a mãe e a senhora sabe disto...

Uma sem graça do outro lado do fio e a outra também. O maior problema desta família sempre foi nunca saber falar de amor. Foi por conta disto que comecei a escrever poesia deste os quinze. Escrevia o que não falava e o que não ouvia.

- O ai? O que você anda fazendo?

- Trabalhando né, mãe. Mas eu tenho escrito muito também.

- Você ainda gosta de ficar escrevendo aquelas coisas à toa?

- Gosto, Mãe! Qualquer dia destes vou escrever uma coisa à toa para a senhora... rs.r.s.rs

E então a senhora pede para o Frank ler para a senhora.

- Eu mesma leio... Eu só não sei escrever direito.

- Ler e chorar a senhora sabe.

- Sei. Vocês que me fazem chorar. Não é que eu queira.

- Então tá... Quando a coisa à toa chegar ai a senhora antes de ler pega um lenço.

- Se não tiver um lenço na hora vai na saia do vestido mesmo.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 01/05/2009
Reeditado em 01/05/2009
Código do texto: T1569624
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