ESSAS COISAS ACONTECEM


Olhou para um lado, olhou para o outro, mas não encontrou nenhum lugar que ele pudesse ir sem ser visto e ainda poder ver se o seu ônibus vinha. Sua apreensão aumentou quando viu o seu baú. Entrou. Sentado, percebeu que tudo balançava e o trajeto estava mais longe. “Como o Gama é looonge”. Nem na gostozona do baú ele reparou. Gozador esse destino: ela se sentou ao lado dele. O nosso heroi suava frio. A dor era imensa e intensa. O baú parou na sua parada de ônibus (isso mesmo, a parada era dele), foi o primeiro a descer, já correndo para trás da parada de ônibus: começou a urinar, vulgo tirar a água do joelho. Tinha certeza que se demorasse mais um minuto ele se molhava todo e ainda ia sobrar um pouqinho para a gostozona... Alívio instantâneo. Nem se importou com uma senhora que viu aquela cena, e começou a falar mal da juventude. “Se fosse no meu tempo...”. Essas coisas acontecem!