NAVEGAR É PRECISO!
Navegar é preciso
Viver não é preciso
Estas frases, as mais conhecidas de 'Fernando Pessoa’, apesar de eu sempre as escutar, nunca entendi o porquê delas serem tão citadas. Nunca as achei tão interessante a não ser pelo fato de terem sido escritas por este poeta.
E acredito que apesar destas tantas citações, poucas pessoas, assim como eu no passado, conhecem realmente o real significado delas, devido às diferenças do português usado em Portugal e do nosso.
Numa roda de ‘amigos de sauna’, aliás, as saunas dos clubes é onde ocorrem as conversas, antigamente chamadas de botequins, mas com a vantagem de que as esposas ficam na ala feminina e nós descansando na nossa e, no final, vamos juntos embora, sem ninguém sair prejudicado e com a alma revigorada.
Mas são os lugares em que levamos os mesmos papos de antes, com muita troca, e sem a necessidade de se beber, se não quizer, o que já dificilmente acontecia nos botequins e é muito mais seguro e a turma é sempre mais eclética.
Mas, nos domingos à tarde tínhamos uma turma muito boa, que deixou saudades. Os papos eram ótimos. Vinham até dois de fora, um de Florianópolis e outro de Camboriú, pelo menos duas vezes por mês, de tão boa que era a amizade.
Era o nosso 'Manhattan conection' clubístico.
E numa destas rodas surgiu a conversa sobre a poesia do maior poeta português. E um nosso amigo, que eu já conhecia há uns trinta anos de tantas, inicialmente, divergências em pontos de vista e depois afinadas, e que era o que vinha de Florianopólis, me explicou, o que acredito, noventa e nove por cento dos brasileiros (pelo menos tenho esta impressão) também não tem ciência, afinal, do que o poeta português realmente quis dizer, que é o seguinte, e que eu, particularmente, achei mais lógico:
NAVEGAR É PRECISO – Ele, na realidade, diz que na navegação, não pode haver erros, tem que ser exato, tem que ser ‘preciso’, se quisermos chegar no destino certo.
Agora ‘VIVER NÃO É PRECISO’ – Quer dizer que viver não é uma coisa exata, não dá para programar, é uma coisa incerta, pode ter imprevistos, ‘não é precisa’, por melhor que seja o planejado.
O erro é que nós sempre vimos a palavra 'preciso' da poesia, como verbo, ao invés de advérbio, e miríades de pessoas acham que o poeta falou um aforismo ou algo assim, e que, para mim, sempre soou sem lógica, sem graça nenhuma, no sentido que viver não é nescessário.
A cultura de sauna, pelo menos neste caso, foi boa e esclarecedora para mim e, a partir daí, também passei a gostar desta frase poética.
‘A felicidade provém do íntimo, daquilo que o Ser humano sente dentro de si mesmo’ Roselis V Sass (graal.org.br)
Navegar é preciso
Viver não é preciso
Estas frases, as mais conhecidas de 'Fernando Pessoa’, apesar de eu sempre as escutar, nunca entendi o porquê delas serem tão citadas. Nunca as achei tão interessante a não ser pelo fato de terem sido escritas por este poeta.
E acredito que apesar destas tantas citações, poucas pessoas, assim como eu no passado, conhecem realmente o real significado delas, devido às diferenças do português usado em Portugal e do nosso.
Numa roda de ‘amigos de sauna’, aliás, as saunas dos clubes é onde ocorrem as conversas, antigamente chamadas de botequins, mas com a vantagem de que as esposas ficam na ala feminina e nós descansando na nossa e, no final, vamos juntos embora, sem ninguém sair prejudicado e com a alma revigorada.
Mas são os lugares em que levamos os mesmos papos de antes, com muita troca, e sem a necessidade de se beber, se não quizer, o que já dificilmente acontecia nos botequins e é muito mais seguro e a turma é sempre mais eclética.
Mas, nos domingos à tarde tínhamos uma turma muito boa, que deixou saudades. Os papos eram ótimos. Vinham até dois de fora, um de Florianópolis e outro de Camboriú, pelo menos duas vezes por mês, de tão boa que era a amizade.
Era o nosso 'Manhattan conection' clubístico.
E numa destas rodas surgiu a conversa sobre a poesia do maior poeta português. E um nosso amigo, que eu já conhecia há uns trinta anos de tantas, inicialmente, divergências em pontos de vista e depois afinadas, e que era o que vinha de Florianopólis, me explicou, o que acredito, noventa e nove por cento dos brasileiros (pelo menos tenho esta impressão) também não tem ciência, afinal, do que o poeta português realmente quis dizer, que é o seguinte, e que eu, particularmente, achei mais lógico:
NAVEGAR É PRECISO – Ele, na realidade, diz que na navegação, não pode haver erros, tem que ser exato, tem que ser ‘preciso’, se quisermos chegar no destino certo.
Agora ‘VIVER NÃO É PRECISO’ – Quer dizer que viver não é uma coisa exata, não dá para programar, é uma coisa incerta, pode ter imprevistos, ‘não é precisa’, por melhor que seja o planejado.
O erro é que nós sempre vimos a palavra 'preciso' da poesia, como verbo, ao invés de advérbio, e miríades de pessoas acham que o poeta falou um aforismo ou algo assim, e que, para mim, sempre soou sem lógica, sem graça nenhuma, no sentido que viver não é nescessário.
A cultura de sauna, pelo menos neste caso, foi boa e esclarecedora para mim e, a partir daí, também passei a gostar desta frase poética.
‘A felicidade provém do íntimo, daquilo que o Ser humano sente dentro de si mesmo’ Roselis V Sass (graal.org.br)