A BOLA DA VEZ

Denomina-se bola da vez a bola colorida de menor pontuação presente numa mesa de sinuca. Ela é livre e o jogador não perderá pontos acaso ele errar quando tentar encaçapar (matar) essa bola. Quando encaçapada, essa bola não retornará à mesa, mas dá direito ao jogador de jogar livremente qualquer outra bola. A bola escolhida, se for encaçapada, retornará à mesa e o jogador deverá, a seguir, jogar a nova bola da vez.

Com exceção da tacada inicial (saída), é permitido jogar outra bola no lugar da bola da vez, porém o jogador estará sujeito a sofrer um castigo, ou seja, ele poderá perder sete pontos em caso de erro.

Transferindo toda essa dinâmica para um jogo de futebol, veremos que lá, dentro das quatro linhas, também existe a bola da vez e que em todas as jogadas, a começar pela saída, também poderão ocorrer erros e acertos, evidentemente.

No tocante à bola da vez, aquela que aparece em cena no momento em que começa o jogo, ao contrário da bola da vez (inicial) do campo de jogo da sinuca, quando ela for encaçapada, seu retorno ao campo de jogo será obrigatório, seja através da ação de um dos jogadores em campo ou do árbitro que conduz a partida. A partir desse momento, se essa bola for colocada fora do campo de jogo, ela poderá ser substituída por outra da mesma cor.

Tanto no campo de jogo da sinuca quanto no campo de jogo do futebol, a presença de torcedores é fundamental. No primeiro, o bom senso recomenda que o torcedor permaneça em silêncio, observando atentamente cada tacada, sem interferir nas atitudes do seu jogador. Quanto ao que acontece com este último, tudo é possível em campo, a começar pelos impropérios desferidos contra a torcida contrária, reciprocamente, aos elogios e/ou insultos direcionados aos representantes da arbitragem, técnicos e jogadores em campo.

Num jogo de sinuca cada jogador dispõe de um taco, que é um pau roliço, comprido, com o qual se impulsiona as bolas no seu campo de jogo, sempre usado como sua ferramenta de trabalho, podendo este usar e abusar dos movimentos e habilidades de suas mãos. Já no campo de jogo de futebol não é permitido o uso de tacos, nem de instrumentos ou artefatos congêneres. Além de suas chuteiras, que são suas ferramentas de trabalho, os jogadores poderão se utilizar de seu vigor físico distribuidos geralmente entre sua cabeça, membros superiores e inferiores.

Vimos, portanto, que no campo de jogo da sinuca, com exceção da tacada inicial (saída), o jogador poderá jogar outra bola no lugar da bola da vez, porém esse jogador estará sujeito a sofrer um castigo, ou seja, ele poderá perder sete pontos em caso de erro, o que não ocorre em nenhum momento no campo de jogo do futebol. Ali, os personagens envolvidos, às vezes, acham que pode tudo... até xingar os familiares do árbitro e dos seus auxiliares, dos técnicos, dos dirigentes, da torcida contrária e/ou de quem quer que seja, por conta do seu nervosismo e/ou descontrole emocional.

Ganhar ou perder faz parte da dinâmica do jogo. A platéia que assiste “in loco” a esses espetáculos esportivos, contribuindo financeiramente para a manutenção da vida útil dos estádios e praças esportivas e de sua folha de pagamento mensal, não poderá receber o mesmo tratamento que é dado para a primeira bola da vez no campo de jogo da sinuca.

Senhores dirigentes e demais responsáveis pela realização de espetáculos esportivos nos campos de jogo do futebol, parem para pensar e reflitam bem antes de escolherem a “nova” bola da vez...
Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 21/04/2009
Reeditado em 22/04/2009
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