Miséria humana
As cartas de Van Gogh ao seu irmão Theo e o depoimento deste, não deixam dúvida. Pouco antes de morrer, Vincent disse que "la misère ne finira jamais."
Mais uma conclusão do pintor que revolucionou a arte.
Vincent não afirmou que a miséria monetária do homem não teria fim. Seu alcance foi bem mais longo. Ele sabia que a miséria humana não tem fim, sentiu esta verdade dentro de sua alma. O homem sofre, é uma condição da vida.
Sentiu ao longo da sua existência que o fato é verdadeiro, embora tenha sido um doente. Da sua doença surgiram os mais belos quadros e sobretudo expressivos que conhecemos. Além de mestre nas tintas, compreendia bem a vida. Não fosse assim, não conseguiria transmitir a emoção que quis e conseguiu passar para a Humanidade.
São pinturas expressivas aos extremos, ora tristes e igualmente de uma beleza incomum. O par de botas, o quarto do pintor, ele mesmo com a orelha decepada por um corte de navalha, fruto de uma briga com o seu contemporâneo Gaugin, tudo isto importa numa visão de vida exterior e interior muito grande.
O homem nasce sozinho, vive sozinho e morre sozinho, a despeito do que queremos crer. Por mais amor que o cerque, sua existência é solitária.
Foi isto que o mestre concluiu e viveu.
Seus campos, seus trigais. As cenas humanas retratadas mostram um homem que conhece suas limitações e misérias.
Mostram igualmente a grandiosidade de um homem que mesmo sabendo nada, soube transmitir o tudo...
É verdade que a Vida está cheia de lados negros. Mas o melhor é vivermos com todas as felicidades que ela nos oferece.
A começar pelo amor. Tem tanta coisa...