Enquanto ela dorme
O fato de o Brasil ser convidado a participar como credor do FMI, não significa em definitivo que ele pulou para país do primeiro mundo no ranck mundial. As mazelas do subdesenvolvimento ainda persistem, de forma crônica, como daquele paciente em que lhe administraram um antipirético e simplesmente cortou a febre sem debelar a doença. Se, a imagem do Cruzeiro faz resplandecer sobre este imenso rincão, quase Continente e pelo brilho de suas riquezas faz chamar atenção do planeta como atração, promissor e outras qualidades mais, essa extraordinária criança, nascida há pouco mais de quinhentos anos, ainda dorme em seu berço esplêndido. Se, reconhecidamente, temos hoje um segundo governante mais popular do mundo, talvez, por ter trocado o trono dos reis de antigamente por um aerolula, espécie de tapete mágico que o leva para todos os lugares, tornando-o notório e conhecido, de qualquer forma, apelidado de “O Cara”, teve a felicidade de outorgar a entrada do Brasil no FMI como credor. Mas, muita coisa precisa e merece ser feita. Sem muito alarde para não acordar a criança. Quem já teve bebê em casa, sabe que instantes maravilhosos quando sonolenta, sem reclamar dores, fome, exigir atenções, dando tempo ao tempo de quantas coisas até mesmo para cuidar dela futuramente. Se, enquanto dorme e sonha não significa que esses sonhos como um todo viraram realidade. Falam em reforma política, eleitoral, tributária, do Judiciário, da Previdência, buscam leis ainda que extravagantes, como bancos e aparatos especiais para transportar crianças num automóvel, ou proibir na poluída São Paulo de fumar em qualquer lugar, de “air bag” obrigatório, rastreador obrigatório como equipamentos de segurança nos veículos, mas a grande e esperada reforma, fundamental para revirar esse País de seus vícios, ninguém cogita da Reforma Moral. Esta, a base angular para passar esta Nação a limpo, o grande marco, a grande bandeira, assim como a Cruz e a bandeira portuguesa cravados quando do seu Descobrimento. Pela reforma moral, o brasileiro deverá sentir que o Brasil se transformará realmente numa grande nação, quando perceber que ele não depende de Governo, seja em que esfera for, de Justiça para a manutenção ou proteção de seu direito, de ação policial para sua segurança, até do Ministério Publico para ajustamentos de conduta ou exigir um tratamento de saúde com humanidade. Depende de si próprio, assim como este País para definitivamente se transformar num dos maiores e melhores do mundo depende de cada brasileiro. Enquanto ela dorme, é hora de aproveitar o tempo. Cuidar de outras coisas essenciais, antes que, deste berço esplêndido roubem definitivamente a criança.