A CONTINUAÇÃO DO OUTRO
A CONTINUAÇÃO DO OUTRO
Marília L. Paixão
De acordo com Ednardo, está escrito no grande livro da sabedoria popular que primeiro se deve viver que é para depois poetar. Pois é. Hoje estou com vontade de escrever que não vou à academia por que ainda estou nesta fase do menstruar. Portanto melhor eu poetar hoje que m alhar. Mas quem sai por ai poetizando enquanto umas colicazinhas vão se manifestando?
É... Há dias que são dias é para fingir de alegre enquanto o analgésico não cumpre a risca sua missão existencial. Piores são os males para os quais nenhum analgésico há. Imaginem as fobias, as esquizofrenias e outras coisas que interferem no bom funcionamento do sistema nervoso.
Ontem vi até um pedaço da novela dos caminhos. O tal caminho para a bela índia onde nos mostram mais das partes ricas e quase nada das pobres. Fico pensando no papel que está fazendo o Bruno Gagliasso, como esquizofrênico e o da Letícia Sabatella como psicopata. Será que acertei no nome dos atores?
Será que cada um de nós temos um pouco de tudo e não sabemos? Voltando para o ditado popular: Primeiro se deve viver que é para depois poetar. Me ocorre pensar que primeiro se deve respeitar todas as patologias para depois nos permitir perdoar e sermos perdoados pelo que desconhecemos. Será que não somos de uma forma ou outra a continuação do outro?
Será que nos cabe escolher ser a continuação das qualidades e potencialidades do outro? Será que Deus nos permite escolher ser a parte boa dos que já se foram? Ou será que não foge até do controle dele os que conseguem ser isto tudo ou a proliferação só do que de melhor há?