PALAVRAS VERDES NO QUINTAL MARROM
PALAVRAS VERDES NO QUINTAL MARROM
Marília L. Paixão
Umas poucas palavras para que não se esqueçam de mim podem ser iniciadas com gosto por ti. Já disse uma vez sobre a paixão de leitores e escritores que dariam romances sem fim em diversas academias. Estes que se amam silenciosamente mesmo sem declarações soltas. Um amor comum e belo, natural e sincero.
Umas poucas palavras com essência crônica podem ser tiradas do jornal do dia.
Outras tantas palavras para transformar isso num bom texto eu extrairia da sua própria compreensão literal e etc. e tal. Por exemplo, até aqui o que lhe passei de bom?
Enquanto isso me disfarço com poucas letras só para não ser esquecida, como se a caminhada de inesquecíveis letras precisassem ser recordadas. Mas dizem que a propaganda é a alma do negócio e vou me propagando como posso sabendo que inesquecível se torna é aquele que consegue me entender. Entender a mim que nem faço cambalhotas com as letras.
Ops! Caiu minha xícara, mas a escorei com o pé agora sujo de café.
Estava dizendo que vez ou outra eu passo por aqui. Talvez inesquecíveis sejam as xícaras que tagarelam por mim.
Hoje com a alma calma não reclamo de nada nem do jornal que ainda não li. Deve ser por isso a calma da alma feliz com a xícara não quebrada. Já pensou no imenso desgosto que eu teria ao enterrar minha xícara verde num quintal marrom? Deixaria os vidros decorando a parte maçã do meu olhar que é para de uma forma ou outra sempre lhe ver passar. É exatamente isso que eu tento passar com as letras: que a transparência revela o brilho de cada um.