Enquanto dormes
...então foi dito: tudo passa. Andando pelas ruas laranjas de uma madrugada solitária, sinto essa frase percorrer meus ossos. Onde está aquele grande amor? aqueles sonhos e fantasias que criei ao som de uma sonata que falava do luar?
Meus passos sucedem como quem adia uma queda que virá, ao som de uma música que jamais sonhei. Penso em ti (jamais mentirei) e até sinto saudades daqueles campos onde imaginei sentados, tú e eu, mas que jamais soubeste. Agora meu cigarro se assemelha com minha vida: acabando-se a cada minuto e restando apenas as cinzas.
Mas, nessa cambaleante fuga, me vejo, não evitando cair, mas procurando, com esses braços que foram teus, um abrigo para o frio que me assola.
Onde estais?será que sonhas enquanto penso em ti com os olhos no horizonte?Não sei. Talvez até mesmo aquela magia que ficou do calor de um abraço tenha se evanescido com a distancia. Mas sinto-te perto de mim, insanamente pensando, se perdendo dentro dos meus braços e pedindo para afastar os monstros que te perturbam em teus sonhos (tão longe dos meus).
Enfim, dentro dessa realidade sem futuro e sem passado, vejo-te como o único vento que oscilará minhas tímidas velas à procura de...talvez nem eu saiba, mas me convidas para um mar onde, se não aceitar, me perderei nos enlaçes do "e se..."