Triste fim de um relacionamento sem começo

Demorou, mas a ficha acabou caindo e parece que foi bem em cima da minha cabeça. Trouxe com ela uma dor imensa, um vazio, uma indeterminada solidão.

Em um segundo aquela relação sólida de cumplicidade e companheirismo foi embora. A certeza de que tudo vai voltar ao normal acabou de brochar e, dessa vez, sem esperanças de Viagra.

Os nossos planos e sonhos aparentemente morreram, sem deixar de herança para mim nem mesmo uma ilusão.

Todos os atos e fatos levavam a uma única conclusão: o fim. Dessa vez tentei ser otimista, ignorar todas as pistas e sinais, tentar encontrar a razão para toda aquela confusão, melhor dizendo, indiferença. A confusão era só minha, pertencia a mim, a ninguém mais.

Por um longo tempo tentei ignorar o fato explícito da efemeridade dos relacionamentos. Acabei achando que, finalmente, não iria participar da moda do descartável, do perecível. Triste ilusão. Agora sou mais um entre tantos outros brinquedinhos esquecidos, já não mais na prateleira, pois não há tempo para mais um joguinho, uma distração.

Fui passada adiante. Ou será jogada para traz?

Não importa. Não mais.

Agora sei como as coisas realmente acontecem e para que lado o mundo gira, porém ainda tenho a teimosia como defeito. Continuarei remando contra maré, indo pelo lado oposto do caminho traçado. Talvez assim acabe encontrando alguém diferente do que já encontrei, que não tenha como prato predileto mentiras e nem meias-verdades com presença diária na refeição.

Metade da laranja, além de brega é utópico demais, mas também não me contento só com a casca. Dessa vez não.

Acredito em luz no fim do túnel. E algo me diz que a Felicidade mora lá.

Talita Souza
Enviado por Talita Souza em 15/03/2009
Reeditado em 07/08/2009
Código do texto: T1487785
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