Aquela varanda

...E tudo que eu queria agora era estar naquela varanda que imaginei e que tu, distante, nem imaginas, mas tentar-te-ei, te dizer como ela é.

Ela tem o piso de madeira, onde espero ansioso escutar teus passinhos cada vez mais fortes, assim como as batidas do meu coração.Tem uma mesinha onde me lembra que a distancia que esse mar faz já não é mais nada...apenas estico meu braço e encosto em ti. Nessa nossa varandinha há flores penduradas em cestos artesanais, nos quais algumas folhas caem por suas bordas.

Eu simplesmente paro e te olho enquanto procuras algo no horizonte já escuro. A cidade , nesse nosso bairro calmo, parece aquelas pérolas de luz jogadas num campo escuro. Não falo nada. Me olhas tímida. Pego tua mão. Beijo-a. Ah, como sofri esses dias de eternidade procurando por esse segundo que também é eterno. Me perdoas por simplesmente não poder vir antes? Me perdoas por parecer um louco na bebida tentando esquecer a nossa antiga distancia? me perdoas por te raptar em segredo e te por do meu lado, no mar, escutando aquela musica de promessas de amor?

Não fala nada. Deixa que eu veja tuas buchechas ficarem rosa enquanto te digo que te seguirei até depois da morte (I will follow you into the dark. Come away with me into the night).

Me deixa ficar aqui, mesmo que estejas dormindo agora, mesmo que o destino me jogue num tornado para milhas de eternidade...Me deixa ficar aqui...Volta...

...Essa varandinha sempre estará aqui, no lugar onde sempre estarás

Balthazar Sete sóis
Enviado por Balthazar Sete sóis em 13/03/2009
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