Um amigo para não ser esquecido: Chiquerala
Um amigo para não ser esquecido: Chiquerala
Hoje quero falar de uma parte muito importante de minha vida. Nos anos 60, quando já freqüentávamos o ginásio, formamos um grupo de amigos. Estes por serem amigos eram muito unidos. Era a época da 5.a série. Não nos esquecemos da 5.a série porque ela marcou muito nossas vidas. Eu e mais alguns reprovamos 3 anos na tal 5.a série. Ela deixou muitos rastros. E entre o futebol, a escola, o cinema e o jardim, a praça, para melhor dizer. Formamos um trio que se chamou de “Os Três Mosqueteiros”. Coisa do Chiquerala Abocarub. Este Chiquerala é vivo até hoje. Ele tem um braço deficiente desde o nascimento. Aqui apareceu vindo do município de Nova Brasília, Alemoa. É parente do Governador do Paraná José Richa. Era muito inteligente. O braço não lhe fazia falta. Era um craque com a bola. Todos queriam jogar do lado dele, perfeito nas tabelinhas, nos chutes a gol, nos passes. Outro mosqueteiro muito inteligente e um pouco mais novo que nós era o Toninho Barbosa. Uma tia do Toninho era também tia do Chiquerala. E eu era o terceiro mosqueteiro que me afinava com os dois em tudo. Jogávamos bola o dia inteiro. Tínhamos um time do Dalmo, o “São-Paulinho”. O Toninho foi dono da gráfica onde depois trabalhei cinco anos. O Sr. Antonio Barbosa Lemes Jr., hoje é professor de Economia na UFPR. O Chiquerala tem problemas mentais. Foi ele quem me ensinou gostar de rádio. Dos programas do Helio Ribeiro na rádio Bandeirantes. Do Roberto Carlos, Vinícius, Chico, etc. Sua risada ficou famosa no cinema, nos circos, o povo ria de suas risadas. Quantas vezes as meninas pagavam os nossos ingressos para ouvir nossas risadas, que depois aprendi, por espírito de competição, Não por inveja. Como dizia Paul MCartney.
Havia um professor de português que iniciava a aula colocando eu e o Chiquerala para fora da sala. E nós íamos lá atrás do ginásio desenhar os distintivos do Palmeiras e do Santos. Bons tempos!
Theo Padilha
Joaquim Távora, 11 de março de 2009.