Sobra Tanta Falta
Há pouco menos de duas semanas retornei de uma viagem que, para mim, foi uma verdadeira ode a mudança. Não tanto pelo fato de que voltei outra pessoa de Florianópolis – afinal, não me alterei tanto assim – mas sim pela ânsia que experimentei em cada segundo naquele paraíso.
Estava na praia, mas fiz questão de isolar-me em um livro – não queria a agitação externa, desejava sim provar do fervilhar interno. Precisava preencher minha mente de letras, idéias, projetos, objetivos... E sejam lá mais quantas outras coisas para não cair na tentação de questionar um passado inútil e desnecessário. Por conta disto, mentalizei a força da ametista – pedra da mutação – envolvendo meus chakras e impulsionando-me a largar aquele ancião saco de ossos.
Cheguei ao meu ponto de Mutação. Nem notei que este limiar havia sido cruzado e que estava agora numa outra fase de minha existência. Pareceu-me rápido, sinto que pesou mais que o infinito, chegar até aqui. Apesar do mundo, consegui. E nesta trajetória em que continuo a trilhar, ouço os sons particulares formarem esta canção de “O Teatro Mágico”, que me valho para descrever o instante meu, as resoluções que alcancei:
1) Sei que ainda falta tanta coisa na minha janela (como uma praia), venero o campo e o espaço que me foi concedido por enquanto. Tenho ciência, idem, que o mundo é algo imensamente pequeno e/ou minusculamente gigante. Portanto, devo torná-lo meu palco – sacro em suas translações. Hoje estou consciente que faço parte de algo.
2) No amor negado, no córtex de meu ser digo que falta tanta coisa na memória (como o rosto dela). Sobrou o dele, ausente o dela – esqueci da Karla. Sei, após um período de duras penas, que sem “eu” não há “nós”.
3) Perdi segundos valiosos. Atualmente, falta tanto tempo no relógio quanto uma semana. E, ao contrário do que pensei tenho meus excessos. Percebo que me sobra tanta falta de paciência que me desespero. Chega de perseguir borboletas.
4) Na visão dos dias me sobram tantas meias-verdades que guardo pra mim mesma. E tento negar que o carinho é escasso – que sobra tanto espaço dentro do abraço – só por temer libertar meu lirismo pessoal. Cansei! Adeus esconderijos; Sobram tantos medos que nem me protejo mais.
E destas conclusões tolas a que chego, sei bem que falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo. Não me importo mais. Quero é abrir-me, sentir-me, provar-me, viver-me sem ter que perguntar se isto tudo que me foi dado era para ser meu mesmo. Creio eu que sim. E isto já me basta. Eu já me basto.
Obs:
* O que está em negrito são trechos da música: “Sobra Tanta Falta” – O Teatro Mágico.
* Fotografia tirada por mim.
Estava na praia, mas fiz questão de isolar-me em um livro – não queria a agitação externa, desejava sim provar do fervilhar interno. Precisava preencher minha mente de letras, idéias, projetos, objetivos... E sejam lá mais quantas outras coisas para não cair na tentação de questionar um passado inútil e desnecessário. Por conta disto, mentalizei a força da ametista – pedra da mutação – envolvendo meus chakras e impulsionando-me a largar aquele ancião saco de ossos.
Cheguei ao meu ponto de Mutação. Nem notei que este limiar havia sido cruzado e que estava agora numa outra fase de minha existência. Pareceu-me rápido, sinto que pesou mais que o infinito, chegar até aqui. Apesar do mundo, consegui. E nesta trajetória em que continuo a trilhar, ouço os sons particulares formarem esta canção de “O Teatro Mágico”, que me valho para descrever o instante meu, as resoluções que alcancei:
1) Sei que ainda falta tanta coisa na minha janela (como uma praia), venero o campo e o espaço que me foi concedido por enquanto. Tenho ciência, idem, que o mundo é algo imensamente pequeno e/ou minusculamente gigante. Portanto, devo torná-lo meu palco – sacro em suas translações. Hoje estou consciente que faço parte de algo.
2) No amor negado, no córtex de meu ser digo que falta tanta coisa na memória (como o rosto dela). Sobrou o dele, ausente o dela – esqueci da Karla. Sei, após um período de duras penas, que sem “eu” não há “nós”.
3) Perdi segundos valiosos. Atualmente, falta tanto tempo no relógio quanto uma semana. E, ao contrário do que pensei tenho meus excessos. Percebo que me sobra tanta falta de paciência que me desespero. Chega de perseguir borboletas.
4) Na visão dos dias me sobram tantas meias-verdades que guardo pra mim mesma. E tento negar que o carinho é escasso – que sobra tanto espaço dentro do abraço – só por temer libertar meu lirismo pessoal. Cansei! Adeus esconderijos; Sobram tantos medos que nem me protejo mais.
E destas conclusões tolas a que chego, sei bem que falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo. Não me importo mais. Quero é abrir-me, sentir-me, provar-me, viver-me sem ter que perguntar se isto tudo que me foi dado era para ser meu mesmo. Creio eu que sim. E isto já me basta. Eu já me basto.
Obs:
* O que está em negrito são trechos da música: “Sobra Tanta Falta” – O Teatro Mágico.
* Fotografia tirada por mim.