PRECONCEITO INTERNO E EXTERNO
PRECONCEITO INTERNO E EXTERNO
Marília L. Paixão
Não deve ter nada pior que tropeçar no próprio preconceito e cair. Pior ainda é tentar levantar-se dizendo que o preconceito não é dele, mas da religião escolhida por ele. De uma forma ou de outra o ridículo só aumenta, pois ninguém escolhe religião à força ou será que um adulto escolhe ou permite que alguém escolha por ele? Tem gente que arruma um jeito de se safar de tudo, não é mesmo?! Mas de uma forma ou de outra o ridículo continuará a persegui-lo. Até os terroristas tentam justificar suas matanças com as explosões de bombas e acham que por irem junto seus Deuses os perdoarão por tudo e aquela festa no céu os estará esperando.
Se você está se sentindo perdido até aqui deixa refrescar sua memória voltando há uns poucos dias atrás quando foi divulgado que um dublador de cinema se recusou a dublar Sean Penn por este estar fazendo o papel de um ativista gay no filme Milk. Ele disse que não faria a dublagem por não se sentir confortável. Depois disse que era evangélico e seria pressionado pelo seu pessoal da igreja. Por mais que justificasse mais ia se tornando ridículo, mas não senti pena hora nenhuma da criatura. Meus pensamentos foram frios e a primeira mão foi: ou muda de igreja, de profissão ou de cabeça. Quem sabe não seria melhor nascer de novo? Que tal nascer no lugar do grande ator Sean Penn? Poxa! Faria um bem enorme para a humanidade.
Pois é! Falar é fácil. Eu também queria nascer de novo. Eu ia querer ser tantos outros eus vestida de mim mesma. Pois este é o nosso maior problema. Não conseguimos nos despir do que somos por dentro e não adianta colocar a culpa em religião nenhuma e tão pouco abraçar essa ou aquela religião para desculpar o que não conseguimos melhorar por nossa própria conta.