O Grande Ditador
Que me perdoem a Princesa Isabel, Lincoln, Gandhi, Mandela, Luther King e, principalmente Cristo, mas a escravidão continua. Não somente sobre pairas, negros, pobres, desafortunados e doentios, mas sobre todos, independentemente de cor,raça e religião. Por incrível que pareça, não oprime somente os humildes, mas a opulência dos ricos, agride os brios, as vergonhas, o âmago do ser. E, por coisa à toa. Afinal, fato do cotidiano, ás vezes de simples esquecimento, ou ato mesmo de solidariedade, e lá vai na correnteza dos desprezados o seu nome de roldão, seja Cadin, Cerasa, SPC. Nem perdoa os mais novos, que ainda tiveram pouca oportunidade na vida, estudantes cheios de vida e esperança de, quando um dia saírem da Universidade, serem úteis, senão para seu Pais, cidade, família, pelo mesnos para si mesmos. E, na cronometria natural dos impositores, a pena é aplicada antes mesmo de qualquer julgamento. Ainda nem foi chamado o locatário, o fiador, o avalista para responder àquele anseio financeiro, os nomes já se encontram corroídos nas galerias dos desacreditados, impedidos de buscarem qualquer meio para solução da divida apontada. Sem qualquer escrúpulo, arrastam o mundo inteiro num vendaval de crise, comprometendo governos e governados, tomando o socorro dos necessitados para si próprios, para depois de algum lucro e saborear riquezas, fazerem o teatro da condescendência, através de novos empréstimos. Assim como as tabuas de salvação oferecidas aos operários que tem diminuído seu salário, pagando em dia suas contas e prestações, para acerto futuro. E a alforria dos juros, das dividas, fica para depois ou para a eternidade. Transformando o mundo num CTI de incertezas, controlam altas e caídas repentinas do dinheiro, como se controla temperatura, pressionando mercados, apagando futuros, escondendo passados de crueldades por debaixo do tapete das ilusões. Novas taxas de crescimento, redução do desemprego, novos investimentos, desenvolvimentos. Não importa o organismo das pessoas, o apetite, as vontades, mas estas diabolicamente têm de ser produzidas, impulsionadas, para quem entrar numa loja, se não for para comprar, que seja para obter um empréstimo. E, o banco, como os altofalantes de Hitler espalhando seus discursos, está em toda parte, arrecadando sempre, seja em contas de luz, de água, impostos variados, cartões de crédito. Tudo passa pelo banco, como os rios correm para o mar. E, depois de usar o cliente, puxando para as profundezas de vantagens, financiamentos, aplicações e mais variados serviços, afogado em dívidas, o devolve na praia como dejeto, enquanto longe do vermelho, permanece o azul de suas águas em caldalosos e fantásticos lucros. Se, Charles Chaplim estivesse vivo e resolvesse criar como fez no passado o seu Grande Ditador, certamente, não se espelharia num Hitler – o Grande Ditador seria o banco e todo o sistema financeiro.