Fragmento da crônica O mundo está mudo, por Yara Cilyn
[...]
Há uma onda de solidão enorme, como aquelas causadas pelo deslocamento de placas marítimas que envolvem aqueles que falam, que usam a palavra, os sentidos, as mãos, pernas e coração para ser um Ser em comunhão com a Ordem Cósmica.
Triste é saber que neste grupo “desordeiro” não há apenas pessoas sem conhecimento, distantes dos meios de comunicação, à margem dos acontecimentos e carentes de educação e esclarecimentos, pelo contrário. Porém elas estão em estado de letargia, talvez nem saibam disso.
Há um mundo assim: não mais se escreve uma carta, nem se envia um bilhete carinhoso. Em datas eventuais e situações diversas que cada vez mais se multiplicam, há a “tele-mensagem” que, aqui para nós, na minha opinião, também é muda. Não se vai mais em casa de um amigo tomar chá com biscoitos ou café com bolo e conversar (nem se recebem amigos em casa). Nas noites de lua ninguém senta no passeio da casa enquanto conversam, é um costume antigo, mas agora, nem os jovens conversam! O altíssimo volume do som do carro é o bastante. Falar para que? Estão mudos.
Lembro-me de ter promovido um encontro vivencial onde o tema principal eraa Serenidade. Ao término, uma das participantes, despediu-se de mim dizendo: - lembra da conversa de ontem? Você mudou a minha vida. Tínhamos conversado no dia anterior, aliás, ela falava e falava, enquanto eu ouvia. Depois disse algumas poucas coisas, não sugeri mudanças, nem mostrei caminhos ou critiquei. Fiquei surpresa com o que ela disse. Eu apenas ouvi.
Ficaria aqui “falando” com vocês por muitas telas, mas agora vou falar com outros seres.
Falem! Jovens, idosos, casais, amigos, homens e mulheres de negócio, mestres, discípulos. A palavra conforta, acaricia, sugere, denuncia, resolve, educa, ensina, reclama, esclarece, permite, recusa, afirma, nega, canta, declama, diverte, ri, ecoa, eleva, ora.
Salve a Palavra!
Imagem: Cesar Garcia
Triste é saber que neste grupo “desordeiro” não há apenas pessoas sem conhecimento, distantes dos meios de comunicação, à margem dos acontecimentos e carentes de educação e esclarecimentos, pelo contrário. Porém elas estão em estado de letargia, talvez nem saibam disso.
Há um mundo assim: não mais se escreve uma carta, nem se envia um bilhete carinhoso. Em datas eventuais e situações diversas que cada vez mais se multiplicam, há a “tele-mensagem” que, aqui para nós, na minha opinião, também é muda. Não se vai mais em casa de um amigo tomar chá com biscoitos ou café com bolo e conversar (nem se recebem amigos em casa). Nas noites de lua ninguém senta no passeio da casa enquanto conversam, é um costume antigo, mas agora, nem os jovens conversam! O altíssimo volume do som do carro é o bastante. Falar para que? Estão mudos.
Lembro-me de ter promovido um encontro vivencial onde o tema principal eraa Serenidade. Ao término, uma das participantes, despediu-se de mim dizendo: - lembra da conversa de ontem? Você mudou a minha vida. Tínhamos conversado no dia anterior, aliás, ela falava e falava, enquanto eu ouvia. Depois disse algumas poucas coisas, não sugeri mudanças, nem mostrei caminhos ou critiquei. Fiquei surpresa com o que ela disse. Eu apenas ouvi.
Ficaria aqui “falando” com vocês por muitas telas, mas agora vou falar com outros seres.
Falem! Jovens, idosos, casais, amigos, homens e mulheres de negócio, mestres, discípulos. A palavra conforta, acaricia, sugere, denuncia, resolve, educa, ensina, reclama, esclarece, permite, recusa, afirma, nega, canta, declama, diverte, ri, ecoa, eleva, ora.
Salve a Palavra!
Imagem: Cesar Garcia