A festa e seus Sinais
A 6ª Festa de Santos Reis realizada pelo departamento de Turismo de Aparecida obteve, em curto tempo, o sucesso planejado. Milhares de foliões da região, Minas Gerais, Espírito Santo, Parana e de outros estados estiveram nos dias 15, 16, 17 e 18 de janeiro, movimentando e ampliando a cultura religiosa de Aparecida. Festa que vem mudando o quadro turístico da cidade, pois todos sabem que janeiro, época considerada a antessala da quaresma, sempre anunciou o início de baixo movimento no turismo aparecidense. Os foliões convidados foram hospedados em vários lugares da cidade: hotéis, escolas. Percorreram ruas e visitaram casas com as cantorias próprias da tradição das folias, em louvor aos Santos Reis e, sobretudo, ao nascimento de Cristo.
As noites foram festivas, com apresentações musicais. As barracas montadas no moldes da Festa de São Benedito ofereceram um atrativo gastronômico e etílico, com suas calabresas e cervejas. Para o Fundo Social de solidariedade, foi a oportunidade de angariar fundos financeiros para aplicação em projetos sociais, como a construção das sonhadas casas populares.
Procissões com os foliões, o Rei e a Rainha percorreram as ruas centrais. Personagens mascarados tanto assustavam como divertiam as crianças.
Um dos pontos alto do encontro de Reis foi a missa no domingo de manhã, celebrada no palco ornamentado de chitão em frente à igreja de São Benedito, e também o almoço de Reis.
Em sinal de devoção, o prefeito e a primeira-dama trajaram-se de branco e participaram da solene missa.. Missa essa que também marcou a despedida do simpático padre Célio que, como missionário redentorista, foi transferido para outras missões, já deixando saudade. Disse o prefeito: "Às vezes as coisas ruins vão embora e as coisas boas também". As “coisas boas”, obviamente, foram alusivas à partida do Pe. Célio.
O carismático cantor Pena Branca, consagrado devoto de Santos Reis, ao qual, aliás, este cronista convidou para participar da última Festa de Reis em Potim (06/01/2008), cuja participação foi o ponto alto daquela festa – retornou à nossa região, só que desta vez a convite dos organizadores aparecidenses.
Vindo lá do Triângulo Mineiro, a chuva o impediu de cantar na noite da festa, de modo que se apresentou na missa do dia seguinte, realizando depois um belo show marcado por músicas de raiz, quando novamente a praça São Benedito reviveu seus momentos mágicos para os bons olhos. Danças, bandeiras, devoções, louvores e o grande coral de devotos fizeram lacrimejar alguns olhares e reverberarem novamente as emoções de sentir o passado histórico reviver e renascer nas crianças foliais.
Não se logrando em êxito, os modernos soldados espiões representante de Herodes, que perseguem e percorrem os tempos, contrariados pela felicidade do nascimento do Menino Salvador, tentaram semear a impressão de uma festa que não daria certo. Mas, disfarçadamente, logo foram embora, não suportaram a cantoria: "Onde mora o Cálix Bento. Onde Deus fez a morada. Ai ai, meu Deus, onde Deus fez a morada, ai ai".
E Deus realmente fez sua morada naquela manhã de domingo na Praça São Benedito.
Eis alguns sinais da festa que não passam despercebidos.