Juízo Final
Sabe aqueles dias em que a gente sente um vazio, parecendo estar faltando algo transcendental? Parece que somos tocados por uma força poderosa que nos remete a um recolhimento em busca de reconforto espiritual. Pois é, esses dias ocorreu comigo alguma coisa inusitada, que considero quase indescritível. Mas vamos lá. Sempre que experimento essa angústia com sensação de saudade de um mundo com uma sociedade mais igualitária, com iguais chances de vida para todos, recolho-me ao meu aposento e tento uma maneira de contatar-me com o Altíssimo. Naquele dia foi assim, coloquei uma música, previamente escolhida por mim, a Ave Maria, executada por Celine Dion para tocar.Sentei-me confortavelmente numa poltrona colocando minhas mãos espalmadas para cima por sobre os joelhos. Acendi um defumador oriental, cerrei meus olhos e pus-me a meditar. Passados alguns poucos minutos percebi que alcançara um estado de graça, tal a magnitude do êxtase que experimentava naquele momento de recolhimento espiritual. Ouço uma voz vinda de longe, que me soa mais ou menos conhecida. De quem seria, ponho me a pensar? Seria um delírio ou criação de minha própria imaginação? Não! Não pode ser. Seria então algum tipo de comunicação com alguma entidade de luz atraída pela música angelical da Ave Maria? Sinceramente, não sei, mas noto a aproximação de alguém. Quem seria, pergunto-me? Minha respiração apresenta-se agitada e ofegante. Não resistindo a curiosidade que se apoderou de mim, abro os olhos e deparo-me na presença de um ser iluminado, aparentando ser um hindu, principalmente por causa de seu turbante branco por sobre a cabeça, no qual se via incrustada uma pedra azul. Observando melhor tal aparição, identifico que aquele ser radiante passava-me uma energia reconfortante que inundava todo o ambiente. Minha respiração volta ao normal. Quando a música terminou, vejo que aquele ser articulava algumas palavras em idioma por mim desconhecido, mas que naquele exato momento a tradução se me afigurava assim: “Cumpra sua missão, escreva sobre o Juízo Final". O ser assim como surgira, desaparecera com um aceno de mão. Verifiquei na Bíblia o Juízo Final e orientado por aquela visão, transcrevo abaixo o texto na integra, como segue:
“Quando o Filho do homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão diante dele, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita, e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estão à direita: Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu, e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim. Perguntar-lhe-ão os justos, Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino, e te acolhemos; nu, e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão, e te fomos visitar? Responderá o Rei: “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.”
Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: “Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me acolhestes; nu, e não me vestistes; enfermo e na prisão, e não me visitastes”. Também estes lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te socorremos?”E ele responderá: “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isto a um desses pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer”.
Mateus, cap. 25, ver. 31 à 45.