UMA CRÔNICA RICA E DANÇANTE

Marília L. Paixão

Não é meu hábito começar uma crônica pelo título. Mas essa eu resolvi começar e por isso vou concentrar no recheio, quero dizer, terei que pensar bem em quais ingredientes usarei para que ela tenha um gostinho de texto bem sucedido sem ninguém me atirar tomates.

Nada melhor para enriquecer uma crônica que a própria cultura nela inserida. Como não sou uma pessoa anti americana e menos ainda metida a nacionalista, assim como o Luiz Felipe Pondé, nem vou falar bem do carnaval e nem vou falar mal das touradas da Espanha das quais nunca participei, mas também da existência não desconheço, seja por suas características sangrentas e violentas ou por seu efeito cultural e turístico.

Já sobre a cultura americana nem é preciso falar muito. Podemos analisá-la com olhos críticos através dos filmes. Aproveito e deixo o meu pensamento pairando sobre os três últimos que assisti: ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCÊ ESTÁ MORTO. (Fiquei tão impressionada com o final do filme! Confesso que como grande apreciadora de filmes diferentes, jamais esperaria um filme com um final deste.) e para refrescar a cabeça nada melhor que assistir MAMMA MIA. (Um musical extremamente delicioso e divertido) e um filmezinho bem água com açúcar para quem gosta de romance, com o William Hurt: UM DIVÃ EM NOVA YORK. (sobre como a doçura exerce encanto nas pessoas)

Mas cadê os fatos reais do cotidiano desta crônica? Tudo bem que fizemos um passeio pela ficção cinematográfica. Mas lembre-se que por trás da ficção há sonhos, ambição e ansiedade do homem. E assim como não se sabe o fim que uma guerra terá depois de iniciada também não sabemos o fim que terá um amor, menos ainda uma paixão. Mas uma coisa tem sido adiada quanto ao fim do amor nos Estados Unidos: O divórcio. Não é um bom momento para os casais se divorciarem já que este envolve a separação dos bens. Mas o que esta recessão não tem afetado? Talvez não o que faz com que as pessoas dancem.

Parece que a Britney Spears adotou um pouco da receita da Madonna em seu novo disco que já vendeu mais de um milhão. Tanto que fiquei feliz por ela que já encomendei meu CD. Afinal, meus alunos gostam e desejo que este sucesso faça com que ela melhore a própria vida. O CD "Circus" chegará às minhas mãos junto com o HARD CANDY da Madonna. Há os que dizem que de forma alguma ajudariam a aumentar a fortuna delas. Mas com tantos se enriquecendo nos roubando ou não e graças à permanência da pobreza da maioria, essas estrelas pelo menos nos ajudam a cantar e a dançar que é uma forma de abandonarmos a mesmice taciturna do silêncio. Sem falar que o silêncio pode ser opressor ou depressor que não nos ajuda em nada.

Para os que desejarem jogar uns tomates em mim, lembre-se que fazem bem para saúde. Ah! E os chocolates, chás e vinho fazem bem para o desempenho do cérebro. Mas se querem saber novidades sobre comportamento social, já é com Doutor Drauzio Varella. Ele diz que começam a ser descritas as primeiras modificações duradouras na estrutura molecular dos genes causadas por influências sociais e estímulos do ambiente. E que o conhecimento das bases moleculares do comportamento social permitirá entender melhor distúrbios como depressão, autismo, esquizofrenia e muitos outros. Portanto nada de jogar tomates em mim ou querer todos só para si. Que tal compartilhar copos de vinho, chás e chocolates?