MESMO SE NÃO POR NO MUNDO UM LIVRO
MESMO SE NÃO POR NO MUNDO UM LIVRO
Marília L. Paixão
Enquanto chove eu beijo um pensamento ligeiro. E antes desta chuva cair eu me lembrava de uns momentos delicados como se a memória catasse pétalas pelo chão. Há coisas que não se varre do coração mesmo este tendo se ferido ou desgostado. Coração sofre de manhas por todos os lados.
Às vezes o protegemos com um tapete áspero e grosso. E se nos atiram pedras nem nos importamos se o tapete sujar de palavras más no lugar de sangue. Só o coração sabe nunca ter se vestido de falsas poesias ou fantasias. Coração que ama não finge coisa nenhuma. Apenas deixa-se bater ou morrer até não poder mais sentir o que sentia.
Corações vividos pensam mais que choram. Fogem da emoção vestindo armaduras se acham que não tem como devolver as pétalas para o botão. O amor maduro gosta de um porto seguro e não abstrato. Ainda assim não rasga retratos e nem joga palavras ao vento para acertar no fogo.
O Ano Novo será bem gostoso mesmo para este coração sozinho. Parece que ele está com vontade de bater. Eu sinto. Eu deixo. Eu convido o meu coração para um beijo e abro as portas para ele sair do peito. É hora de deixá-lo livre. Deixá-lo apreciar a chuva e o que vier por trás dos pingos com direito a toda bagunça ortográfica e até mesmo ao show da Alanis Morissette.
Por falar no show da Alanis, o da Madonna foi magnífico. Ela estava muito mais linda que eu pensava que ela era sem falar no espetáculo sem defeito. Quem a viu de pertinho nem precisaria do Papai Noel para mais nada. Poderia fazer da visão do show uma entrada de Ano Novo totalmente brilhante. E agora com o show da Alanis a caminho estou mesmo achando que o Brasil continua sendo abençoado por Deus. E depois de assistir ao show da Alanis eu poderei dizer a Deus que ele pode fazer o que quiser com todos os sorrisos meus. E se estiver perto de morrer poderei dizer que todos os meus desejos foram vividos mesmo se não por no mundo um livro.
Ser feliz é também fazer do pouco, muito. E se eu parar para pensar em 2008 verei que tenho sido presenteada por inúmeras pessoas que passaram a fazer parte da minha vida de uma forma bonita. Sem surpresa nenhuma a maioria delas estão aqui no recanto. Preciso agradecê-las e deixo essa tarefa com essas palavras que terminam essa crônica sem citar nomes nenhum. Apenas por não ser preciso. Quem gosta de mim e tem sido freqüente conhecedor de minhas manifestações textuais sabem que parte da minha felicidade eu devo a cada leitura delas e deles.
Então eu volto no que seria pouco e no que é o muito. Vamos deixar bem claro que se transforma em muito, tudo aquilo que nos faz feliz. É por isso que feliz já sou mesmo sem colocar livro nenhum no mundo, mas por todas as pessoas que desejam que eu o faça, eu já me sinto feliz em dobro. Considerem o desejo um presente já dado com um livro ou não. E que o amor continue viajando de forma linda por todos os nossos sonhos e intenções.