MANUAL PARA ENTENDER OS BAIANOS
Baiano é estrangeiro,brincava um colega paulista.De certa maneira ele tinha razão.Nós baianos somos diferente de toda gente.Parece que paramos no tempo,pois,nos comportamos como se estivéssemos em 1940,conservamos a mesma ingenuidade do inicio do século,somos confiantes,amistosos,acolhedores.De vez em quando entramos numa fria,não estamos preparados para esse mundo competitivo,do tomaládácá que é corrente por aí.Desde quando nosso visitante pisa no aeroporto,desdobramos para ele o tapete vermelho da hospitalidade plena;damos muito mais do que as prosaicas medidas do Bomfim:damos nosso riso alvar,abrimos o coração para o turista,até oferecemos carona para a cidade,que eles,delicada,mas,prudentemente,recusam.Imagina,se vão confiar!Vêm de um mundo cão,onde se mata um leão por dia,mundo do mata-mata e,entram num mundo novo,gente de coração aberto,gente feliz,com valores diferentes dos correntes.Se a gente gosta de dinheiro?Claro,mas,ele é um meio,não um fim,pessoas não são olhadas como cifrões.A casa do baiano está sempre aberta,o convite para o almoço sempre de pé,principalmente entre os mais humildes.Mal conhecemos alguém,ele passa a ser “da família”,com direito a intimidades,nem sempre entendidas ou bem aceitas pelos chegantes,geralmente formais.Uma hora de conversa e já somos amigos de infância.fazemos confidencia,nos interessamos pela pessoa,queremos saber mais sobre sua vida;mas,as pessoas se fecham em copas,fazer o quê?Baiano adora diminutivo;mãe é maínha,pai é paínho.Segundo outro amigo,paulista e judeu,somos niilistas;inventamos o “nada prá ninguém”que intrigava meu amigo.Era demais!O baiano é irreverente;perde o amigo,mas,não perde a piada.o baiano ri de tudo,principalmente de si mesmo.Nos meus sites,recebo muitos comentários;pessoas generosas,que inflam meu ego,escrevendo coisas bonitas para mim;procuro responder a todos,porém,os mais constantes,para mim,são como amigos de longa data,então respondo do jeito baiano,sem formalidade,cheio de humor,aí,reparo que a pessoa me trata formalmente e eu digo:Vige Maria! Devo responder do mesmo jeito,cadê meu desconfiometro!?Mas,é como se essas pessoas estivessem aqui comigo,comendo um acarajé apimentado,bebendo água de côco,sorrindo prá a vida.Bote um caneco d’água na panela,Maria,’tá chegando gente!Sei que tem baianos carne de pescoço;mas,estes são os contaminados,,gente que não dá pro fubá.Prá o bom baiano,tudo é carnaval.A vida é prá ser vivida,não adianta se aporrinhar,um belo dia,a morte dá um tapa no pé do ouvido,e,o que a gente gozou da vida.!?Não vale querer ser a pessoa mais rica do cemitério.Ou fazer como aquele cara mão de vaca,que passou a vida toda somando,nunca dividiu,multiplicou bastante o que tinha e os parentes,agradecidos,dividiram.
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Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 27/12/2008
Código do texto: T1354987
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