Um Dia Daqueles
Muito feliz e satisfeito. “Alegria de pobre dura pouco”, diz o dito popular. Para aquelas pessoas que gostam de coisas simples, é verdadeiramente mágico e divino poder ir a uma dessas lojas que tem de tudo: do eletroeletrônico às compras do dia-a-dia.
Fazia parte de uma fila, onde todos retiravam uma senha e aguardavam a sua chamada. Muito dinâmico e interessado nas novidades da sessão de informática, sons e TVs, fiquei com o número nas mãos e fui passear. Quando retornei, a moça do atendimento chamava o número 47, era a minha vez.
Foi a “gota d’água” - em pleno domingão de manhã, um Senhor de meia idade, quase me bateu. Fiquei muito quieto e apenas escutava aquela forma ofensiva de tratamento.
Aquilo tudo se transformou numa “bola de neve” e rapidamente todos se ofenderam e quase fui linchado. Muito educado, depois dos insultos, disse que poderia ser atendido por último. Mas, mesmo assim, com o sistema informatizado, não era necessário permanecer em fila e que a numeração servia para evitar tais transtornos.
Perguntei o seu nome. “João”, respondeu.
- Tudo bem, amigo? Indaguei.
Em seguida me apresentei; apresentei o meu filho Samuel e fiz um comentário em alusão ao dia que era muito especial, pois estávamos a passeio e aproveitando cada instante. Humildemente e sem maldade, pedi-lhe desculpas e aos próximos.
Segui o meu rumo, entre perplexo e mudo.
(Imagem e Título: livro "Um Dia Daqueles” - Bradley Trevor Greive)